Numa campanha de comunicação interna e publicitado na comunicação social, o Grupo Sonae prometia aos trabalhadores que estão na linha da frente nos locais de trabalho durante a pandemia um prémio de 20% do seu salário; mas o CESP esclarece que não é bem assim.
Comunicado do CESP aos trabalhadores do Grupo Sonae:
Prémio de 20% anunciado pelo Grupo Sonae foi truque
Foi recentemente veiculado numa campanha de comunicação interna e publicitado na comunicação social, que os trabalhadores do Grupo SONAE que estão na linha da frente nos locais de trabalho durante a pandemia iriam receber um prémio de 20% do seu salário.
Contudo, tal informação não corresponde inteiramente à verdade.
O que deveria ser uma justa recompensação pelo esforço dos trabalhadores, não é mais que uma campanha de branding, de divisão dos trabalhadores e de pressão para que estes abdiquem dos seus direitos.
Vejamos:
Há vários trabalhadores que não receberam o dito prémio, mesmo não tendo faltado nenhum dia de trabalho;
Outros trabalhadores receberam valores muito distintos, apesar de terem salários semelhantes;
Estes trabalhadores discriminados e penalizados cometeram o “crime” de não ter aceite o banco de horas e se terem atrasado um ou dois minutos após o intervalo para o almoço ou para o jantar;
Para além disso, este prémio não foi aplicado aos trabalhadores da insígnia Worten, apesar de serem trabalhadores do mesmo grupo e expostos aos mesmos riscos.
Os trabalhadores da grande distribuição foram declarados como trabalhadores de sectores essenciais pelo Governo, mas continuam a ganhar salários de miséria e a ser desprezados pelas administrações.
É lamentável que o Grupo SONAE use a presente situação que o país enfrenta para ganhar a opinião pública, leia-se clientes, anunciando um prémio que não é aplicado a todos os trabalhadores e ainda usa o prémio como instrumento de pressão para os obrigar a trabalhar mais tempo e aceitar o banco de horas.
A SONAE comporta-se como lobo em pele de cordeiro.
No meio disto tudo, o que é verdade, mas não é noticiado, é que os trabalhadores deste grupo continuam a receber um salário muito próximo do salário mínimo nacional, enquanto que o grupo SONAE fechou o exercício de 2019 com resultados líquidos de 165 milhões de euros, e a sua Presidente aumentou os rendimentos em 10% tendo recebido em 2019 812.267€.