ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CENTROS COMERCIAIS VOLTA A ATACAR AS EXIGÊNCIAS DOS TRABALHADORES, MAS O CESP REAFIRMA: OS HORÁRIOS DO COMÉRCIO SÃO MESMO PARA REDUZIR!

Desta vez, a Diretora-Geral da Associação Portuguesa de Centros Comerciais atacou a Iniciativa Legislativa do CESP — pelo encerramento do comércio aos Domingos e feriados e pela redução do seu funcionamento até às 22h — na Assembleia da República. O CESP

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais veio, uma vez mais, lançar a ideia de que o encerramento do comércio aos Domingos e Feriados, e o seu funcionamento até às 22h (conforme proposto na Iniciativa legislativa de Cidadãos que pode ser consultada aqui: https://participacao.parlamento.pt/initiatives/3185) levaria à perda de 18 mil empregos.

Uma vez mais, aqueles que lucram todos os dias com a exploração de quem trabalha, decidem lançar o fantasma e o medo do desemprego para evitar falar do que realmente importa:

- O encerramento do comércio aos Domingos e Feriados apenas alterava o horário semanal do trabalhador para que uma folga fixa fosse ao Domingo.

- O aumento do número de lojas em vários sectores, nomeadamente na grande distribuição, não corresponde proporcionalmente ao aumento de trabalhadores, existe falta de trabalhadores no sector, para que poucos façam muito e os lucros sejam maximizados à custa da vida de quem lá trabalha.

- Na grande maioria dos países Europeus o comércio encerra ao Domingo, sem que isso tenha este efeito dramático no desemprego.

- Os argumentos utilizados – como o de que “16% das vendas dos lojistas são feitas aos domingos” ou ainda de que “38% das compras são feitas no horário pós-laboral” são exactamente argumentos que comprovam que não é significativo, e até levam a questionar o que se considera pós-laboral nesta afirmação.

- Lembrar a pandemia, neste caso, apenas nos lembra como até nas maiores dificuldades foram estes trabalhadores que garantiram que nada nos faltava, e como foi possível responder às necessidades com horários reduzidos.

- Lembrar a pandemia, apenas nos traz à memória que foram anos de lucros para as maiores empresas do sector que continuam sem tradução nos salários dos trabalhadores que produzem essa riqueza.

O CESP considera que estas declarações servem apenas a desinformação e a promoção de uma cultura de medo sobre as justas reivindicações dos trabalhadores do sector e de muitas camadas da população do nosso País.

A APCC representa os interesses das maiores empresas do País, justamente aquelas que continuam a praticar os salários mais baixos e os horários mais desregulados do sector com o recurso ao banco de horas na contratação colectiva e as adaptabilidades. A APCC faz sair estas declarações porque são do seu interesse, interesse que aliás não é regra para todos os patrões do sector do comércio, com Associações Patronais que se aproximam da ILC apresentada na AR.

Mais grave do que as declarações da APCC são as posições já feitas pelo PS e PSD – estes escolhem automaticamente o lado do Capital, dos patrões e dos seus interesses e escolhem não ouvir e nem corresponder à vontade dos trabalhadores. Aliás querem a todo o custo passar a ideia de que estão atentos às dificuldades de quem trabalha e da dificuldade que é a conciliação da vida pessoal e familiar neste setor e ao mesmo tempo compactuam com a abertura de creches até às 00h00, sendo que este não é o caminho para uma sociedade de evolução e progresso.

O CESP continuará a defender a Iniciativa Legislativa de Cidadãos Pelo Encerramento do Comércio aos Domingos e Feriados e Pela Redução do Período de Funcionamento até as 22h, porque é possível, é justo, é necessário para um País desenvolvido que não deixa a qualidade de vida de quem trabalha nas mãos do mercado – como PS e PSD já admitiram fazer.

 Fonte: CESP