Apesar de estarem cumpridas todas as formalidades legais, dirigentes sindicais foram impedidos de aceder às instalações da Navigator Company, em Setúbal, no dia 26, para contactarem os trabalhadores da Acciona ali colocados, revelou ontem o SITE Sul.

O sindicato contestou esta violação da lei e da Constituição e denunciou os objectivos deste comportamento patronal.

Na verdade, a Navigator procura desta forma condicionar a informação e a organização dos trabalhadores e, consequentemente, o seu direito de reivindicar melhores salários e melhores condições de trabalho e de vida.

Patrões fora da lei

Os representantes do SITE Sul, como se relata numa nota à comunicação social, solicitaram a presença das autoridades, para registo desta lamentável ocorrência, de modo a que seja possível agir em conformidade e tomar as necessárias medidas, refere o sindicato.

Em cumprimento do previsto no Código do Trabalho, nomeadamente no Art.º 460, os dirigentes sindicais apresentaram-se na portaria, na hora indicada, a fim de entrarem sem prejudicar o normal funcionamento da empresa.

Através do vigilante de serviço, foi barrado o acesso ao interior da unidade fabril, com a única justificação de que a administração da Navigator não autorizava a entrada.

Esta é uma tentativa de bloquear a legítima actividade sindical, que tem como único objetivo o esclarecimento dos trabalhadores sobre aquilo que são os seus direitos. Neste caso, trata-se de uma empresa que até diz ter elevada responsabilidade social.

O sindicato lembra que a Navigator teima em não cumprir uma sentença do Tribunal de Setúbal, para integração nos seus quadros dos trabalhadores da JTP2, uma empresa prestadora de serviços.

Por outro lado, também a Acciona mantém uma política de baixos salários e indisponibilidade para o diálogo com o SITE Sul, neste e noutros casos, como sucede com os seus trabalhadores que laboram nas instalações da VW Autoeuropa.

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