Comunicado de Imprensa n.º 054/13

Economia continua em recessão


Os dados hoje divulgados pelo INE sobre a estimativa rápida das Contas Nacionais indicam que a economia continua em recessão ainda que, em termos de comparação com o trimestre anterior, tenha havido uma variação positiva. Assim, a economia caiu 2% no 2º trimestre deste ano, em comparação com o 2º trimestre de 2012 (depois de ter diminuído 4,1% no primeiro trimestre), e subiu de 1,1% em relação ao 1º trimestre de 2013.

 

Houve factores pontuais que explicam que tenha havido crescimento no 2º trimestre face ao trimestre anterior. O principal tem a ver com o aumento das exportações, as quais subiram 6,3% no 2º trimestre. Porém este aumento está em parte associado à melhoria das exportações de combustíveis, para o qual teve um grande contributo a entrada em funcionamento de uma nova unidade de refinação da Galp em Sines.

Assim, o crescimento ocorrido no 2º trimestre face ao trimestre anterior, tem de ser devidamente enquadrado e analisado, sendo que os dados disponíveis estão longe de representar o fim da recessão.

Em primeiro lugar porque este crescimento pontual não é suficiente para que a economia, no conjunto do ano, cresça.

Em segundo lugar porque esta melhoria ocorre depois de 10 trimestres consecutivos de queda. Num âmbito temporal mais alargado, o PIB começou a cair no 3º trimestre de 2008, na sequência da crise económica internacional, teve depois um período de crescimento mas que não assegurou a recuperação completa, a que se seguiu uma quebra acentuada desde o 4º trimestre de 2010 (ver gráfico). No conjunto desde período, temos um volume impressionante de riqueza e de postos de trabalho destruídos.

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Fonte: Calculado com base em dados do INE

Em terceiro lugar porque as medidas que o Governo pretende continuar e intensificar, nomeadamente os despedimentos na Administração Pública, os cortes nas pensões de reforma e a redução nas funções sociais do Estado, traduzir-se-ão na continuação da queda da procura interna com consequências no agravamento da recessão.

O estado de definhamento económico em que a política de direita mergulhou o país e os impactos sociais reflectidos num empobrecimento sem precedentes, exigem uma mudança de política, em que o aumento da produção nacional, dos salários e dos rendimentos das famílias constituem elementos fundamentais para dinamizar um crescimento económico sustentado, política esta só possível de concretizar com a demissão do Governo e a convocação de eleições para devolver ao povo o poder de decidir sobre o seu presente e futuro.

Lisboa,
14.08.2013
DIF/CGTP-IN