A empresa após ter declarado no último dia das negociações (24/07/2019) que o processo negocial se encontrava encerrado aparece agora passados 20 dias a dar conhecimento que chegou a acordo com um sindicato (Sincor).
No dia (24 de Julho) os CTT anunciaram através de comunicado que iriam aplicar por acto de gestão os aumentos salariais que constavam na sua proposta, a todos os trabalhadores no vencimento de Agosto, com retroactivos a Janeiro de 2019, dado não ter havido acordo com nenhum Sindicato.
No dia seguinte o Sincor através de comunicado vem informar os seus associados do seguinte:“Os trabalhadores dos CTT são merecedores de melhores salários.
Com esta tomada de posição por parte da empresa não foi possível ir mais além” (comunicado disponível na página daquele sindicato).
Os CTT que curiosamente apresentaram os resultados do 1º semestre e registam lucros de nove (9) milhões de Euros, mais 21% do que há um ano, apressaram-se a encerrar as negociações, aplicaram por acto de gestão aumentos salariais insuficientes e agora tentam apostar no divisionismo. QUE SE DESENGANEM.
A esmagadora maioria dos Sindicatos apresentaram propostas quase idênticas em relação aos aumentos, à actualização das tabelas, à admissão trabalhadores e à necessidade de rever o abono para falhas. Esses mesmos Sindicatos estão unidos e já reuniram para decidir o que fazer a seguir:
- Reunir com os trabalhadores para os esclarecer e discutir as medidas a tomar;
- Participar na fase de conciliação, já requerida ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
- Iniciar um processo que conduza a acções globais para reverter a situação.
É preciso que fique claro que existiu da parte dos sindicatos vontade de negociar, e do lado da empresa uma postura arrogante, prepotente e autoritária, mesmo sabendo que a negociação colectiva em Portugal apresenta aumentos salariais bastante superiores a 0,8%, 0,9% e 1%.
Os CTT sabem e os trabalhadores sentem no dia-a-dia que estão a perder poder de compra. Trabalhamos, produzimos, os ritmos de trabalho aumentam exponencialmente, mas quando da negociação salarial não há dinheiro suficiente para o pagamento de salários dignos e justos.
Os CTT apostaram no fim da paz social. Depois da fraude das avaliações com os célebres 2,4 que não permitem a acumulação para efeitos de progressão da generalidade dos trabalhadores, desvalorizam agora ainda mais os seus trabalhadores, recusando negociar aumentos salariais que os CTT podem facilmente suportar, não reconhecendo mais uma vez o seu mérito e a sua participação nos resultados económicos positivos dos CTT, e de forma provocatória fazem tábua rasa da representatividade sindical.
Os CTT estão a trilhar um caminho perigoso, mas os Sindicatos unidos e com a esmagadora MAIORIA dos trabalhadores darão resposta à altura. Esta manobra dos CTT com a conivência do Sincor teria tanto de original como de surpreendente, não fossem os objectivos que os CTT pretendem atingir. Isto não é mais do que um teste para um futuro próximo. Se não houver agora uma forte demonstração de revolta sobre esta atitude tomada pelos CTT com o apoio daquele sindicato, como serão as negociações em 2020 e o que estarão os CTT a preparar?
A PAZ SOCIAL SÓ É POSSÍVEL COM DIÁLOGO E NÃO COM MANOBRAS TRUCULENTAS POR PARTE DOS CTT COM A CONIVÊNCIA DE UMA MINORIA!
A UNIDADE É FUNDAMENTAL PARA IMPEDIR QUE OS CTT FAÇAM O QUE LHES DÁ NA GANA SEM ATENDER AOS DIREITOS E INTERESSES DOS TRABALHADORES!
A RESPOSTA TEM QUE SER RÁPIDA E DURA PARA TRAVAR AS INTENÇÕES DOS CTT!
SINDICATOS UNIDOS = TRABALHADORES UNIDOS
Fonte: FECTRANS