Na próxima reunião de negociação da tabela salarial, marcada para amanhã, a administração da REN deveria reflectir na sua posição os resultados extraordinários que anunciou há poucos dias, com um aumento anual de lucros de 33,5 por cento, atingindo 149,2 milhões de euros, defendeu a Comissão Intersindical da Fiequimetal.
Num comunicado a reagir a mais um «desfile de vaidades», no dia 7, assinala-se ainda que, para os avultados resultados, segundo a administração, a contribuição nacional deu um incremento de 19 milhões.
Citando afirmações da apresentação das contas da REN, a Comissão Intersindical (SIESI, SITE Norte, SITE Sul e SITE CSRA) destaca o reconhecimento do impacto da recuperação de atrasos em projectos, ocorridos no ano anterior.
Quem vai ser compensado com este facto? Quem proporcionou isto? Todos os trabalhadores! Então, não podemos abdicar da parte que cabe a esses trabalhadores.
As negociações para a Tabela Salarial de 2024 iniciaram-se, finalmente, a 22 de Fevereiro. Nessa primeira reunião, a proposta patronal foi de 2,5 por cento de actualização salarial, com um mínimo de 40 euros.
Esta posição suscitou total descontentamento entre os trabalhadores, como ficou patente no plenário de dia 28.
Na segunda reunião de negociação, dia 29, a Fiequimetal deu voz aos trabalhadores e lembrou as promessas, não cumpridas pela administração, de resolução de matérias pendentes, durante o ano 2023, sobre as quais se deverá falar após a negociação salarial.
Reformulação insuficiente
Nesse dia, a administração reformulou a sua proposta, para 2,9 por cento e um mínimo de 60 euros. Afirmou que estes aumentos serão apenas para os trabalhadores com contratos efectivos assinados até 31 de Dezembro de 2023.
A Fiequimetal encarou esta mudança com bons olhos, embora realçando que ela fica aquém da inflação de 2023 (4,3 por cento). Já em 2022, a inflação ficou nos 7,8 por cento, e na negociação da tabela salarial para 2023, a administração não foi além dos 5,4 por cento de aumento médio da massa salarial.
Apesar de, com esta proposta, a REN aceitar que o aumento mínimo será igual à subida do ordenado mínimo nacional, ainda ficam por recuperar as perdas daqueles dois anos. Também fica por garantir a necessária melhoria do poder de compra dos trabalhadores.
A REN tem condições económicas para ir mais longe, como se comprova com o aumento dos lucros.
A proposta sindical foi entregue a 6 de Dezembro.