PROVEDOR DA MISERICÓRDIA DE VILA VERDE TENTOU EXPULSAR DIRIGENTES SINDICAIS DA PORTA DO HOSPITAL E AMEAÇOU COM A GNR
O sindicato realizou hoje a partir das 8:00 horas, uma ação de denúncia junto à porta do Hospital de Vila Verde, que passou pela entrega de um comunicado aos utentes.
O provedor da Misericórdia de Vila Verde acercou-se dos 6 dirigentes sindicais que desenvolviam a sua atividade sindical normal e disse-lhes para irem para a rua, que não podiam estar ali, e como os dirigentes sindicais se mantiveram firmes, ameaçou chamar a GNR para os expulsar à força.
A ação decorreu até ao seu termo e a GNR passou pelo local, mas nem parou.
Já não é a primeira vez que o provedor desta misericórdia tenta pôr em causa a liberdade sindical ou a liberdade de manifestação, pois na ultima greve também tentou expulsar da porta do hospital dezenas de trabalhadores que protestavam contra os baixos salários e a violação dos direitos.
O provedor pensa que estamos ainda antes do 25 de Abril, tempos em que os patrões chamavam as autoridades para expulsar os manifestantes e os sindicalistas, mas não conseguiu, nem conseguirá, intimidar os dirigentes sindicais de classe que lá se encontravam.
O sindicato distribuiu o seguinte comunicado:
“Aos utentes do Hospital de Vila Verde
À População
A Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde não respeita os direitos e discrimina os trabalhadores nos salários e nos direitos.
Há trabalhadores com a mesma categoria profissional e a mesma antiguidade na empresa que recebem menos 100€ mensais, como é o caso das auxiliares de ação médica, pois umas recebem 820€ e outras recebem 927€.
A instituição também discrimina os trabalhadores no subsídio de refeição, pois uns recebem 4,27€ diários e outros apenas 4,70€
O sindicato propôs o nivelamento pelo salário e subsídio de refeição mais altos, mas a Misericórdia recusou.
Há trabalhadores que progridem na carreira profissional, mas outros não, ficam estagnados sem qualquer justificação.
O sindicato propôs um regime de diuturnidades para valorizar a antiguidade e a experiência dos trabalhadores, mas a instituição recusou.
As escalas de horário são alteradas sem o acordo dos trabalhadores e estes não conseguem conciliar a atividade profissional com a sua vida pessoal e familiar.
Há trabalhadores que trabalham 36, 37 ou 38 horas semanais e outros 40, o sindicato propôs 35 horas para todos, mas a Misericórdia recusou.
A Misericórdia também não respeita as mínimas condições de saúde e segurança no trabalho.
O sindicato chamou a atenção para todas as irregularidades, mas a Misericórdia não regularizou nenhuma e recusou reunir com o sindicato.
Há um grande descontentamento no seio dos trabalhadores, já foi realizada uma greve, tendo o senhor provedor tentado expulsar os trabalhadores que se manifestavam à porta.
Pedimos o seu apoio e a sua solidariedade
Vila Verde, 4 de abril de 2024 A Direção”
O sindicato vai insistir com novo pedido de reunião e se a Misericórdia recuar reunir tomará outras formas de luta.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte