Confrontado com a Resolução aprovada no último Plenário Geral, em que os trabalhadores exigiram 100€ nos salários e 15€ diários no subsídio de refeição, o C.A. manifestou-se “incrédulo”.

Consciente que a atualização salarial que anunciou para este ano é curtinha, não foi “de modas” e juntou o valor aplicado no ano passado, para “subir a parada” e falar de 140 € (200 para os tripulantes), como o maior aumento de sempre.

O problema é que, mais uma vez, “esqueceu-se” de referir que neste período os salários foram esmagados com o brutal aumento da inflação, dos juros e da habitação.

Feitas as contas, tivemos a empresa a apresentar lucros e os trabalhadores a ficarem com os prejuízos.

Perante isto não é a empresa, mas os trabalhadores que tem razões para estarem incrédulos, e manifestar o seu descontentamento.

Isto porque:

• Houve o aumento de 1€ nos refeitórios, enquanto o subsídio se ficou nos 58 cêntimos. Ou seja, só aqui estamos com um prejuízo de 9,24 € mensais. Se acrescentarmos o aumento de alguns produtos nos bares que, em alguns casos, chegaram aos 40% e tivermos em conta o que pagamos quando temos de tomar as refeições nos restaurantes, então o deficit entre o que recebemos e o que pagamos ainda é maior;

• Verificou-se um aumento significativo da produtividade que não foi refletida na subida dos salários;

• Apesar do C.A ter ocultado deliberadamente informação sobre a situação financeira da empresa, durante o processo negocial, a verdade é que o Relatório e Contas que a Carris apresentou na Camara Municipal de Lisboa, regista um resultado positivo de 9,5 milhões de euros, quase sete vezes superior ao que estava previsto;

• Fica claro que a empresa tem condições financeiras para viabilizar a proposta sindical de 100€ nos salários e 15 € diários no subsídio de refeição, para o ano em curso e ainda fica com um lucro muito significativo.

Mais uma vez fica provado que há dinheiro e que se justifica e exige que seja justamente distribuído pelos trabalhadores.

Posto isto exige-se que o C.A. seja rigoroso e transparente, tenha em conta a justeza das propostas dos trabalhadores e deixe de “martelar” números e inventar histórias.

É a hora da verdade se sobrepor à mentira, à manipulação, à confusão e à divisão! É preciso respeitar, valorizar e dignificar os trabalhadores da Carris!

Fonte: STRUP