EM LUTA CONTRA UMA “MÃO CHEIA DE NADA”!
Trabalhadores da ERSUC em greve nos dias 16 e 17, e no dia 15 ao trabalho extraordinário
A paralisação de 48 horas – na sexta-feira e sábado, e ao trabalho suplementar nesta quinta-feira – é da exclusiva responsabilidade da administração da empresa, que insiste em ignorar a reivindicação dos trabalhadores de melhores salários e condições de trabalho, dignificação profissional, respeito pela contratação colectiva e o fim da precariedade laboral.
A empresa, do Grupo EGF/Mota-Engil (que obteve um lucro de mais de nove milhões de euros), obteve, em 2023, um resultado líquido de mais de 148 mil euros, fruto do árduo trabalho dos trabalhadores. Mas, em vez de reinvestir esse lucro na empresa e nos seus trabalhadores, a administração preferiu distribuir cerca de 1,9 milhões de euros em dividendos aos accionistas, descapitalizando assim a empresa.
GRUPO EGF |
LUCROS (2023) |
DIVIDENDOS (2023) |
EGF/% CAPITAL |
SUMA/Mota-Engil |
VALORSUL |
4 828 409,57 € |
6 787 634,51 € |
52,93% |
3 592 694,39 € |
ALGAR |
796 493,79 € |
756 669,10 € |
56% |
423 734,14 € |
ERSUC |
148 634,78 € |
1 887 700,06 € |
57,44% |
1 084 294,91 € |
AMARSUL |
39 685,31 € |
- € |
51% |
- € |
RESINORTE |
605 930,74 € |
730 396,20 € |
75,11% |
548 600,03 € |
SULDOURO |
357 223,17 € |
814 777,24 € |
60% |
488 865,78 € |
VALNOR |
975 621,95 € |
1 161 085,91 € |
53,33% |
619 206,56 € |
RESULIMA |
1 649,04 € |
200 263,56 € |
51% |
102 133,86 € |
VALORLIS |
917 472,70 € |
396 174,58 € |
51% |
202 048,48 € |
RESIESTRELA |
415 501,19 € |
762 112,13 € |
62,95% |
479 749,03 € |
VALORMINHO |
13 243,19 € |
- € |
51% |
- € |
TOTAL |
9 099 865,43 € |
13 496 813,29 € |
- |
7 541 327,16 € |
Perante a intransigência da administração – e a imposição de serviços mínimos que mais não são do que uma vergonhosa limitação do direito à greve –, o STAL e os trabalhadores decidiram avançar para a luta por, entre outras razões:
» Aumento geral dos salários e das prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€, para permitir repor o poder de compra dos trabalhadores perdido nos últimos anos;
» Actualização da retribuição base mensal mínima de 850€;
» Pagamento do Subsídio de Refeição para o valor de 10,50€/dia;
» Atribuição e regulamentação de um Subsídio de Penosidade, Insalubridade e Risco, bem como de um Subsídio de Transporte;
» Abertura de um processo negocial sério, com resposta ao Caderno Reivindicativo apresentado pelos trabalhadores, e início de um processo de negociação de Acordo de Empresa; que uniformize as regras laborais, e promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço prestado;
» Valorização das carreiras profissionais e sua regulamentação, para permitir a progressão e promoção na carreira a todos os trabalhadores;
» Revogação do actual sistema de avaliação de desempenho e negociação de um novo, que seja justo e que valorize os trabalhadores e as suas carreiras;
» Contra o clima de assédio e intimidação dos trabalhadores, no pleno respeito dos seus direitos, liberdades e garantias;
» Regularização das situações de vínculo precário;
» Melhoria das condições de trabalho e o pleno respeito pelas normas de segurança e saúde no trabalho.
CRIAÇÃO DA CATEGORIA DE MOTORISTA
No âmbito das categorias profissionais e nomeadamente quanto à criação da categoria de motorista, a administração garante que o assunto está já a ser tratado, mas os trabalhadores continuam sem nada de concreto. O STAL tudo fará para que se concretize o reconhecimento da categoria de motorista, bem como de todas as outras, e a valorização das carreiras, o que é da mais elementar justiça para um conjunto alargado de trabalhadores.
Os trabalhadores e o STAL estão cientes do impacto negativo desta justa acção de luta junto da população, mas responsabilizam, exclusivamente, a administração da ERSUC pelo mesmo, e apelam à solidariedade da população e de todos os trabalhadores, conscientes de que a luta é o caminho para defender e conquistar mais direitos, melhores salários e condições de trabalho.
Lisboa, 14 de Agosto de 2024
A Direcção Nacional do STAL