Desde que o Governo PSD/CDS tomou posse e implementou, de uma forma agravada, o Memorando que o anterior governo do PS assinou com a Troica, foram destruídos 237 mil postos de trabalho, sendo a protecção no desemprego cada vez menos abrangente.
A taxa de desemprego oficial atingiu os 15,8% no 3º trimestre, o que se traduz em 870,9 mil trabalhadores desempregados, mais 26,3% do que há um ano. Entre os jovens com menos de 25 anos a taxa oficial é de 39%.
Mas o desemprego real é já de 1 milhão 391 mil pessoas (juntando os inactivos disponíveis e indisponíveis, e o subemprego dos trabalhadores a tempo parcial) e a taxa de desemprego correspondente de 24%, sendo de 52,4% entre os jovens até aos 25 anos. Muitos emigram, nomeadamente os que têm entre 25 e 34 anos. A população total desta faixa etária diminuiu em 69 milhares desde o início do ano.
Desde que o Governo PSD/CDS tomou posse e implementou, de uma forma agravada, o Memorando que o anterior governo do PS assinou com a Troica, foram destruídos 237 mil postos de trabalho, sendo a protecção no desemprego cada vez menos abrangente. Apenas um quarto dos desempregados tem agora acesso a uma prestação de desemprego, o que deixa mais de um milhão de desempregados e suas famílias em grandes dificuldades.
O nível de desemprego atingido é insustentável tanto economicamente como socialmente. O país deixa de produzir bens e serviços necessários à economia e à satisfação de necessidades sociais. O potencial de horas de trabalho perdidas por semana devido ao desemprego terá sido de 35 milhões só no 3º trimestre [1]. Perde-se também em consumo e em impostos, devido à quebra de rendimentos, ao mesmo tempo que se têm que assegurar prestações de desemprego. E surgem problemas sociais muito graves à medida que as condições de vida dos portugueses se vão degradando mais e mais.
A continuar esta política desastrosa as perspectivas não são de inversão da tendência de degradação do emprego e de empobrecimento do país. O emprego depende do crescimento económico, mas a produção do país é cada vez menor. O PIB caiu 3,4% no 3º trimestre em termos homólogos e 0,8% face ao trimestre anterior, no seguimento do que vem acontecendo há sete trimestres a esta parte. Assentar o crescimento do PIB apenas nas exportações é uma estratégia suicida, como se constata pela quebra das mesmas no 3º trimestre e pelo facto dos nossos principais compradores estarem em recessão ou com crescimentos anémicos, não prevendo a Comissão Europeia que a situação seja diferente nos tempos mais próximos.
É necessário alterar esta política, apostar na revitalização do sector produtivo e no aumento da procura interna, o que passa nomeadamente pelo aumento dos salários e das prestações sociais, pelo estancamento do desemprego e pelo aumento do investimento público e privado, mas também pela renegociação da dívida e pelo prolongamento do prazo de redução do défice, de modo a compatibilizar a política orçamental com o crescimento.
A CGTP-IN tem propostas para fomentar o crescimento económico e pôr o Orçamento do Estado ao serviço da economia nacional e dos trabalhadores e não da banca e da especulação. É ainda urgente respeitar quem trabalha e produz e apoiar quem está a sofrer as consequências desta política
Na passada quarta-feira os trabalhadores deram um sério aviso ao Governo participando fortemente na Greve Geral, demonstrando que estão contra as medidas de austeridade que empobrecem os trabalhadores e as famílias, provocam a recessão económica e estão a levar o país para a ruína e a miséria. A CGTP-IN tem alternativas a esta política de exploração e empobrecimento, por isso vai continuar a mobilizar os trabalhadores para lutar e derrotar a política de direita, por um novo rumo de Desenvolvimento e Progresso para Portugal.
[1] Tendo em conta o número de horas semanais efectivamente trabalhadas por trabalhador aplicado aos desempregados e inactivos que querem trabalhar.