DSC_1151.jpgArruada/Concentração “Pela Paz! Contra uma nova guerra no Médio Oriente!”
Lisboa, 13 de Junho de 2012
Intervenção de Ana Pires, membro do Conselho Nacional da CGTP-IN, na Arruada/Concentração, realizada no Chiado, em Lisboa, no dia 13 de Março de 2012.

 

 


 

Intervenção de Ana Pires

Conselho Nacional da CGTP-IN

Arruada/Concentração “Pela Paz! Contra uma nova guerra no Médio Oriente!”

Lisboa, 13 de Junho de 2012

Camaradas e amigos,

O mundo vive a mais grave crise económica, financeira e social desde a II Grande Guerra. O grande capital e os governos ao seu serviço tentam fazer pagar aos trabalhadores e aos povos o preço da sua crise sistémica, lançando uma ofensiva sem precedentes contra os seus direitos e conquistas e aumentando a exploração dos trabalhadores e camadas populares, visando preservar e mesmo intensificar os seus lucros e a manutenção do sistema dominante.

Este violento ataque aos direitos dos povos está directamente ligado ao acelerado aumento da agressividade das grandes potências imperialistas, lideradas pelos EUA, envolvendo vários aliados europeus e a NATO, consubstanciada em conflitos, ingerências, bloqueios, ocupações e agressões militares, num quadro de uma persistente ofensiva contra as soberanias nacionais, rapina dos recursos naturais e domínio geoestratégico. São os casos da Palestina, Iraque, Líbano, Síria, Irão, Afeganistão, Líbia ou do Sahara Ocidental e de vários países noutros continentes, como Cuba, vítima de um criminoso bloqueio.

De resto, o governo português tem dado o seu acordo a estas politicas de ingerência e agressão mantendo forças militares e militarizadas em vários cenários de guerra e, no quadro do Médio Oriente, designadamente no Afeganistão e no Líbano.

Camaradas e amigos,

A resistência e luta dos povos e a rejeição das imposições e objectivos do imperialismo e do capital são, neste contexto, um factor decisivo para travar escalada de agressão e de rapina, mas também para abrir caminho a dinâmicas de transformação social, de paz, desenvolvimento e justiça social.

Aqui estamos juntos, a CGTP-IN, o CPPC e tantas organizações que defendem e promovem a luta contra o imperialismo, a guerra, pela Paz e pela justiça social.

A CGTP-IN considera que as actuais ingerências e pressões contra o povo Sírio se inscrevem num plano que o imperialismo desenvolve em todo o Médio e Próximo Oriente com vista ao total controle geoestratégico da região e dos seus enormes recursos naturais, sobretudo das suas ricas reservas de petróleo, mas também de gás e de água.

Os EUA, os seus aliados europeus da NATO, Israel e alguns estados árabes, são agentes directos ou cúmplices de agressões e ocupações das quais se destaca a prolongada ocupação da Palestina, ainda há poucos dias de novo bombardeada pela aviação israelita, com o trágico resultado de dezenas de mortos em Gaza.

Na verdade, a actual investida contra a Síria tem, entre outros, um objectivo central: o de fazer com que a Síria possa deixar de apoiar a resistência dos povos da Palestina, do Líbano, do Iraque. O que o imperialismo e os seus aliados pretendem é que se perpetue a ocupação israelita da Palestina mas também de parte do Líbano e dos Montes Golan na Síria.

Camaradas e amigos,

O povo Sírio enfrenta de facto uma ofensiva imperialista, com o apoio da comunicação social dominante, com enorme apoio financeiro externo e com poderosos meios militares postos ao serviço de milícias e grupos armados terroristas que pretendem designar-se representantes da oposição que supostamente luta pela democracia. Cabe aqui uma pergunta: será democracia assassinar milhares de cidadãos indefesos, fragmentar um país, destruir infra-estruturas e capacidades instaladas e criar o caos social?

Sabe-se hoje que a verba que os círculos ocidentais e alguns Estados árabes do Golfo seus aliados - como o Qatar e a Arábia Saudita - verba usada para armar e financiar esses grupos, se eleva a mais de 150 milhões de dólares por dia! A isto se junta a imposição de sanções económicas e de outro tipo, as quais têm como alvo principal os trabalhadores e a população civil da Síria.

A CGTP-IN considera que só ao povo Sírio, como a todos os povos do mundo, compete exercer o direito a decidir livremente do seu destino e do regime para os seus países. É no caso concreto ao povo sírio que cabe encontrar uma solução para o presente conflito, através de um diálogo que garanta a paz.

Por isso, condenamos decididamente a ingerência e todo o tipo de pressões, agressões ou chantagens que ponham em causa a soberania e a independência nacional dos povos.

Camaradas e amigos,

A CGTP-IN sempre considerou a paz como condição essencial para o desenvolvimento e o progresso económico, social e cultural da Humanidade e para uma mais justa distribuição da riqueza. Para além disso, nos nossos princípios e objectivos, está inscrita a luta pela Paz, mas também a luta pela solidariedade internacionalista. É esta luta em que hoje aqui estamos todos.

Uma luta e uma intervenção que nos comprometemos a prosseguir a nível sindical, mas sempre e também, conjugando esforços com outras organizações que defendem a paz, a solidariedade e a cooperação e promovem o direito de todos os povos à paz, à justiça social, à soberania, liberdade e independência.

Viva a solidariedade internacional!