A CGTP-IN integra um conjunto de organizações subscritoras duma posição relativa à situação na Síria, denunciando as ingerências neste país e apelando à resolução pacífica para o conflito neste país e no Médio Oriente, que a seguir se transcreve.

 

Defender a paz, contra a ingerência na Síria

 

Assiste-se actualmente ao agravamento da situação na Síria, com uma sucessão dramática de acontecimentos que não podem deixar de causar a maior preocupação em todos aqueles que defendem a paz, a soberania dos povos e a solução pacífica dos conflitos. São, entre outros, os recentes casos dos atentados de Damasco e do bárbaro massacre de Houla, acções de terrorismo amplamente divulgadas.

Estes acontecimentos serviram para o recrudescimento das pressões, ameaças e ingerências sobre a Síria, tendo vários países ocidentais expulsado os embaixadores sírios e Portugal cortado relações diplomáticas com o martirizado país do Médio Oriente – o que representa um novo golpe na busca de uma solução negociada para a situação que se vive na Síria e inscreve-se na tentativa de aí instigar uma guerra civil. No caso português, constitui um novo passo da subserviência do Governo português aos interesses dos que não hesitam em recorrer à ingerência e à guerra para impor os seus desígnios económicos e políticos.

As investigações que estão a ser levadas a cabo pelas autoridades sírias e pelos enviados das Nações Unidas respeitantes ao massacre de Houla negam à partida o que desde o início foi amplamente difundido, procurando responsabilizar as autoridades daquele país. No caso dos atentados de Damasco, o próprio secretário-geral da ONU atribuiu-os a grupos ligados à Al-Qaeda.

O agravamento, incrementado a partir do exterior, da situação interna da Síria e o recrudescimento da guerra mediática e diplomática contra o país aumenta as preocupações quanto à imposição da desestabilização sistemática do país e à preparação de uma nova guerra de agressão, à semelhança do que sucedeu na Líbia, no Iraque, no Afeganistão ou na Jugoslávia.

Assim, as organizações subscritoras:

*     Rejeitam qualquer intervenção militar contra a Síria;

*     Condenam as acções em curso para desestabilizar esse país, promovidas por potências estrangeiras;

*     Exigem uma investigação completa dos atentados de Damasco e dos massacres como o perpetrado em Houla e punição dos responsáveis;

*     Exigem o retomar das relações diplomáticas entre Portugal e a Síria;

*     Apelam ao diálogo, à negociação e à diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos na região, no espírito da Carta das Nações Unidas.

 

Organizações que subscreveram até ao momento:

-  Associação de Amizade Portugal Cuba

-  Associação de Intervenção Democrática – ID

-  Associação dos Agricultores do Distrito de Lisboa

-  Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional

-  Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto - Conselho Português para a Paz e Cooperação

-  Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal

-  Juventude Comunista Portuguesa

-  Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos - MURPI

-  Partido Ecologista "Os Verdes"

-  Projecto Ruído – Associação Juvenil