A CGTP-IN, reafirmando a sua posição de total condenação do uso de armas de destruição massiva e a punição dos responsáveis, considera que é absolutamente necessário apurar cabalmente todos os factos, sobretudo no que respeita à sua natureza e autoria e regista que a actual campanha internacional promovida pelos EUA e seus aliados contra a Síria, lembra as mentiras levantadas contra o Iraque sobre a alegada posse e utilização de armas químicas, que conduziu à sua invasão e ocupação.
A CGTP-IN denuncia e condena firmemente as intenções anunciadas pelos EUA (Barack Obama) - com o apoio da Grã-bertanha (Cameron), Alemanha (Merkel), França (Hollande), Israel (Netanyahu) e outros aliados - de levar a cabo, unilateralmente, uma intervenção militar contra a Síria. Um ataque que, a concretizar-se, terá consequências devastadoras em toda a região e a nível internacional.
São muito contraditórias as informações dos peritos da ONU e diversos altos dirigentes políticos ocidentais os quais colocam, mesmo, a possibilidade de que o uso do gás sarin poderia ter sido da autoria dos opositores fundamentalistas ao regime sírio.
É neste quadro que, por todo o mundo, se multiplicam os protestos contra uma intervenção militar na Síria em defesa da autodeterminação e soberania do povo Sírio, pela paz e pela resolução política deste conflito. Registe-se a posição do próprio Parlamento Britânico que votou contra a aventura bélica proposta pelo 1º Ministro.
Na verdade, nada pode justificar a decisão de atacar militar e unilateralmente um país soberano, cujo povo tem de usufruir do direito a escolher livremente o seu futuro, na base da negociação e diálogo entre as partes em conflito, sem ingerência externa.
É necessário compreender que esta anunciada agressão à Síria não está desligada de toda uma estratégia de dominação dos EUA e seus aliados no Médio Oriente, no mundo árabe e Ásia Central. O grande capital e os seus representantes pretendem ampliar o seu domínio e controle da região, que como se sabe é riquíssima em petróleo, água, outros recursos naturais e estão numa posição geoestratégica decisiva. Daí as guerras contra o povo do Iraque, do Afeganistão, da Líbia, agora da Síria, ameaças ao Irão e outros alvos. E tem como prioridade absoluta, garantir que o seu principal aliado, Israel, continue a ocupar impunemente a Palestina e a martirizar o heróico povo Palestiniano.
Os trabalhadores e trabalhadoras e os seus sindicatos, as forças democráticas e amantes da paz, opõem-se à continuada fragmentação dos países desta região, com o horrível cortejo de milhões de mortos, mutilados, feridos, desalojados, exilados e desempregados, de destruição dos tecidos produtivos e sociais, a tragédias humanas de enormes dimensões.
Neste quadro, a CGTP-IN:
1. Exige que os princípios consagrados na Carta da ONU e no Direito Internacional, de defesa da soberania dos povos e da resolução política dos conflitos, seja orientação global para tratar o conflito na Síria;
2. Afirma que qualquer posição face à Síria, tenha como objectivo alcancar-se a Paz e que seja decidido, no quadro das instituições internacionais, concretamente pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas;
3. Apela aos trabalhadores e ao povo português para que levantem a sua voz e digam NÃO! a esta anunciada agressão, dizendo SIM! À PAZ e à resolução pacífica deste e de outros conflitos na Síria e no Médio Oriente.
4. Informa que se vai manter em contacto com o movimento sindical internacional, particularmente dos países da região, expressando, como sempre, a activa e fraterna solidariedade às suas lutas pela soberania, os direitos, o emprego, o progresso social e a paz.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 02.09.2013