A CGTP-IN tem vindo a acompanhar com preocupação o agravamento da situação na Ucrânia, com violentos confrontos que, só nos últimos dias, causaram dezenas de mortos e centenas de feridos, designadamente na capital do país.
Desde a independência da Ucrânia que neste grande país do leste europeu tem aumentado gradualmente o empobrecimento, resultante da destruição de grande parte da actividade produtiva, o que conduziu a uma grave situação económica e social que, entre outras, teve como consequência a perda de cerca de 6 milhões de habitantes, que deixaram o país, em busca de trabalho, também para Portugal.
A difícil conjuntura política, económica e social tem vindo ainda a ser exacerbada por pressões e ingerências externas, incluindo sanções comerciais. No quadro destas pressões inclui-se um programa de ajustamento conduzido pelo FMI e tentativas de imposição de medidas de austeridade por parte da União Europeia, que falharam e que contribuíram para o agravamento da prolongada crise.
Neste conturbado cenário, são sempre, em primeiro lugar, os trabalhadores e as camadas sociais mais desfavorecidas que pagam a principal factura da instabilidade, dos confrontos e da violência. Registe-se que as próprias instalações da principal central sindical, a FPU, foram tomadas de assalto e destruídas.
A CGTP-IN condena firmemente as ingerências externas na Ucrânia, solidariza-se com o movimento sindical e os trabalhadores ucranianos e apela a um diálogo efectivo que possa por fim aos confrontos e conduzir a uma solução pacífica que salvaguarde o direito do povo da Ucrânia e decidir livre e soberanamente do seu destino.
Lisboa, 20 de Fevereiro de 2014
Augusto Praça
Responsável de Relações Internacionais da Comissão Executiva