Comunicado de Imprensa n.º 051/13
Números do desemprego não mostram reversão da grave situação económica e social do país!
Os números do desemprego, publicados pelo INE, estão longe de mostrar uma reversão da situação económica e social do país. Em termos latos, contam-se 1,4 milhões de desempregados, mais 74,6 mil do que em igual período de 2012, atingindo os 25,7%.
A taxa de desemprego jovem atingiu, neste 2º trimestre do ano, os 37,1%, registando-se também um crescimento em termos homólogos, havendo mais 25 mil jovens desempregados. Facto especialmente relevante quando verificamos que terão saído do país cerca de 142 mil jovens com idade compreendida entre os 15 e os 34 anos, o que significa uma diminuição da população activa jovem superior a 7% – sendo que a emigração maciça de jovens, a maioria qualificados, terá consequências profundas e gravosas a médio/longo prazo.
Relativamente à evolução trimestral, sendo verdade que se observou uma melhoria, esta dever-se-á em grande parte a factores sazonais. Em primeiro lugar, destaca-se ser comum haver um aumento da população empregada do 1º para o 2º trimestre do ano; em segundo lugar, verifica-se que a maioria dos novos empregos foi criado no sector agrícola e no sector da restauração e hotelaria (73% dos novos empregos concentram-se nestes dois sectores), actividades muito sensíveis à sazonalidade.
Enfatiza-se ainda que a esmagadora maioria dos novos contratos de trabalho são precários. Mais de 90% dos contratos por conta de outrem celebrados são contratos a termo, reforçando a legitimidade das denúncias que a CGTP-IN tem feito relativamente ao incentivo que o Governo dá à ao trabalho precário, através de múltiplos programas de política activa de emprego e, mais recentemente, com a extensão dos contratos a termo por mais 12 meses.
A reversão dos dramáticos números do desemprego só acontecerá por via de uma outra política, que fomente o aumento dos salários e pensões, dinamize o mercado interno e a produção nacional, e promova o emprego com direitos. A demissão do Governo, e uma verdadeira política alternativa que valorize o trabalho e dignifique os trabalhadores, mostram-se imprescindíveis a um caminho de crescimento e desenvolvimento económico para Portugal.
Lisboa, 07.08.2013
DIF/CGTP-IN