Com uma adesão de 90 por cento, no primeiro turno, começou a greve de 48 horas na Sojitz Beralt Tin & Wolfram, concessionária das minas da Panasqueira, por aumentos salariais que não estejam condicionados à aceitação de qualquer penalização na organização do tempo de trabalho.

A greve, decidida em plenário no dia 18 de Março, insere-se na luta dos trabalhadores contra a alteração dos horários de trabalho e por melhores salários.

A recusa de trabalho extraordinário, iniciada após o plenário de 24 de Fevereiro, tem mantido níveis muito elevados de adesão.

Os trabalhadores consideram ofensiva a proposta da administração, que pretende só negociar a actualização salarial depois de obter a aceitação de horários concentrados, que obrigariam os trabalhadores a estarem 10 horas no fundo da mina, e em horário de laboração contínua. Trata-se de regimes de agravada penosidade e risco, que foram rejeitados no passado recente.

Tal proposta, para além de injusta, é imoral e não tem em conta nem a dureza e as difíceis condições de trabalho na mina, nem as dificuldades que os trabalhadores e os seus familiares atravessam, como resultado dos baixos salários praticados. Em contraste, a multinacional tem obtido na Panasqueira lucros significativos.

Espera-se um nível igualmente elevado de adesão à greve no turno da tarde.