O Conselho de Ministros, anunciou hoje um conjunto de medidas para a CP e EMEF, que a serem concretizadas, serão medidas positivas, na inversão do que nos últimos anos tem sido feito de encerramentos, redução de postos de trabalho e destruição do sector, mas que não são a resolução de todos os problemas.
A admissão de 120 trabalhadores para a CP e 67 para a EMEF, sendo uma medida positiva, repõe uma pequena parte dos que foram reduzidos neste últimos 15 anos – 1 224 na CP e 522 na EMEF.
A integração da EMEF na CP é uma medida que há muito a Fectrans e o seu sindicato no sector ferroviário – SNTSF – reclama, como fundamental para garantir o material circulante que a CP necessita e que as oficinas funcionem sob o interesse e necessidade desta empresa. Aguardamos que este processo seja célere, que se concretize e que seja, realmente, a inversão do paradigma dos últimos anos.
É reconhecido que apesar da necessidade de aquisição de novo material circulante, a recuperação do material imobilizado é um caminho para dotar a CP com uma maior capacidade de oferta, ficando menos dependente da necessidade de aluguer de material a outros países, pelo que a reabertura da oficina de Guifões alarga a capacidade de intervenção da EMEF e cria mais postos de trabalho, no que pensamos dever ser inserido numa lógica da dotação da valência de construção, num projecto de dinamização da produção industrial nacional.
Considerando positivas as medidas anunciadas, agora é preciso que as mesmas se concretizem e que, finalmente, possamos estar no inicio da reversão do processo de destruição da ferrovia, que necessita de ser um sector debaixo de um único comando, dotado de mais material circulante para além dos comboios anunciados para o serviço regional, - é necessário mais material circulante, em particular nas áreas suburbanas, - com as oficinas da CP com capacidade de montagem e construção de material ferroviário e com os trabalhadores e meios necessários para garantir um transporte ferroviário que os utentes e o País precisam.