As negociações da revisão do Acordo de Empresa (AE) da Movijovem decorreram durante o ano de 2018 e foi obtido um acordo de princípio em dezembro em todas as matérias, exceto no que toca à alteração do descritivo funcional da categoria de responsável de pousada.
Depois deste acordo de princípio, as partes prosseguiram as negociações do conteúdo funcional da categoria do responsável de pousada, mas não foi obtido acordo, pois a empresa insistiu numa redação que desvaloriza as funções dos trabalhadores com esta categoria, que estes recusam.
A Direção da Movijovem, numa atitude completamente incompreensível, sem qualquer fundamento e revelando uma tentativa de imposição e intransigência, que mais parece teimosia, deita por terra todo o trabalho realizado ao logo do ano 2018.
Por outro aldo, em abril deste ano, a FESAHT apresentou uma proposta de aumentos salariais para entrarem em vigor em 1 de janeiro de 2019 de 4% e o mínimo de 40 euros.
Na reunião realizada dia 17 de maio, a direção da Movijovem recusou negociar qualquer aumento salarial, alegou não estar em condições de negociar aumentos salariais para 2019. Na ultima reunião que teve lugar dia 26 do corrente mês, a Direção da Movijovem reafirmou a sua posição.
Ora, a Movijovem vive uma boa situação económica. No ano de 2018 as Pousadas de Juventude registaram um número histórico de mais de 500 mil dormidas, tiveram resultados positivos de 2.442.852 euros, o que representa um aumento de 53,% face a 2017 e, os resultados do 1.º trimestre de 2019 confirmam essa tendência. Não é aceitável que os trabalhadores da Movijovem continuem a receber salários tão baixos.
Recorde-se que o mesmo Governo que tutela a Movijovem aumentou o salário mínimo na função pública para 635 euros, valor que alargou a bombeiros e a outros trabalhadores que não têm vinculo público.
Por isso, não há nenhuma razão para a Movijovem não aumentar os salários dos trabalhadores com efeitos a 1 de janeiro de 2019.
Os sindicatos vão realizar plenários de trabalhadores para analisar a situação social na empresa e decidir as medidas de luta a tomar para obrigar a Movijovem a assinar o AE e a dar aumentos salariais justos e dignos com efeitos a 1 de janeiro de 2019.
Lisboa, 28 de junho de 2019
Fonte: Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal