Nas fábricas da Hutchinson em Campo Maior e Portalegre, a pandemia de COVID-19 serviu de pretexto para serem impostos bancos de horas aos trabalhadores, desvalorizando o seu trabalho no presente e para o futuro, acusa o SITE Sul.
Durante os dias 18 e 19 de Março, a Hutchinson Borrachas de Portugal, em Campo Maior, pressionou os trabalhadores para assinarem um «acordo» de banco de horas individual, com a justificação da doença COVID-19, mas que vigorará pelo menos até 31 de Dezembro de 2020.
Esta pilhagem dos direitos, a coberto de um grave problema de saúde pública, teve o parecer favorável da Comissão de Trabalhadores, sem que os trabalhadores tenham sido consultados nem informados previamente por esta estrutura.
A Hutchinson em Portalegre, fábrica da mesma multinacional, que tem sede em Paris e faz parte do Grupo Total, decidiu unilateralmente activar o banco de horas, conforme referiu a gerência, num comunicado, e colocar os trabalhadores em casa a partir de segunda-feira, dia 23, durante um período de 10 dias, assim desvalorizando o trabalho e desrespeitando a lei.
Multinacionais têm obrigações
O sindicato reafirma que o que se exige das filiais desta e de outras multinacionais, que ocupam o pódio das exportações, dos lucros e da precariedade, é que encontrem soluções para organizar a produção, em condições que salvaguardem a saúde dos trabalhadores, e que garantam o pagamento integral dos salários, a manutenção do emprego e o respeito pelos direitos, que o estado de emergência não coloca em causa.
São inadmissíveis pressões e chantagens para que os trabalhadores aceitem retirada de direitos.
Este processo de chantagem tem apenas como propósito defender os lucros das multinacionais e colocar os trabalhadores a pagar a factura.
Os trabalhadores têm de agir e exigir a defesa da sua saúde, a salvaguarda do emprego e o respeito pelos direitos.
FONTE: FIEQUIMETAL