Os dois milhões e duzentos mil euros do concurso para entrega a privados da fiscalização de títulos de transporte na Carris, dariam para suportar, durante 1 ano (14 meses), os custos com 96 trabalhadores da fiscalização. “Há efetivamente um negócio... mas este só é vantajoso para o privado vencedor”, conclui a FECTRANS.
Informação da FECTRANS
Privatização da fiscalização da Carris
AutocarroCarrisO STRUP/ FECTRANS foi surpreendido pela publicação em Diário da República, no dia 1 de junho, de um concurso para entrega a privados da fiscalização comercial da Carris, com um contrato que se pretende anual, podendo ser alvo de duas renovações, com um valor de 2 milhões e duzentos mil euros.
Contactado o CA - Conselho de Administração da Carris, este confirmou que se trata de um concurso de qualificação prévia, em que pretende aferir das condições das empresas que se candidatem, para cumprir o contrato e que tal se deve ao objetivo de aumentar os efetivos nesta área.
O STRUP/ FECTRANS consideram esta opção da gestão da Câmara Municipal de Lisboa/CA da Carris completamente contrária, aos objetivos, de desenvolvimento e crescimento da empresa, que deveriam ser a principal preocupação da sua gestão.
As más experiências tidas com a “Strong” e a “2045”, deveriam ter servido para demonstrar que a aposta no desenvolvimento desta área, deveria assentar na existência de meios próprios da empresa, avançando para a abertura de concurso interno para os trabalhadores da área do tráfego, procurando aí (em quem conhece o serviço) as soluções de estabilização de um quadro de trabalhadores da fiscalização, mesmo que isso significasse aumentar as admissões para motoristas e guarda-freios, mantendo as possibilidades de reconversões quando elas se verificarem e não rejeitando a contratação direta de trabalhadores do exterior para ocuparem estes postos de trabalho, se se revelasse insuficiente a dotação pelo concurso interno.
A opção de entregar a um privado 2 milhões e duzentos mil euros, pela execução deste contrato, levanta-nos igualmente sérias dúvidas, quanto à sua razoabilidade económica.
Contas feitas, acrescentando ao vencimento auferido hoje pelos trabalhadores da fiscalização, com o subsídio de refeição e os encargos patronais para a TSU, estes milhões dariam para pagar durante 1 ano (14 meses) a 96 trabalhadores.
Há efetivamente um negócio... mas este só é vantajoso para o privado vencedor.