GreveCTTAtravés de um comunicado, o Senhor Presidente, finalmente, resolveu falar para dentro da empresa e não para fora. É sempre bom saber que ainda cá está. Antes do mais queremos recordar palavras suas: “a empresa pretende continuar a prestar o Serviço Postal Universal, desde que se configure de forma sustentável, ou seja, desde de que as condições relativas aos níveis de serviço e à formação do preço possam ser revistas de forma a assegurar a sua sustentabilidade” isto “deixou de acontecer no atual contrato de concessão tornou-se insuportável com a queda abrupta do correio por força da pandemia”, afirmou, deixando críticas à posição do regulador Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Pois é Senhor Presidente, quando compraram os CTT já sabiam que a carta e o postal tendiam a diminuir e isso não os inibiu de comprar, sobretudo por causa da “cereja” – a licença bancária.

Naquela altura quase que juraram fidelidade ao serviço postal e só faltou dizerem que “Eram CTT desde pequeninos”. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e os accionistas é quem mais ordenam, nem que para isso tenha sido necessário delapidar o património dos CTT.

Mas adiante.

É com algum espanto que lemos a sua afirmação: “o processo conducente ao novo contrato decorre com grande empenho”. Ao que sabemos “O concurso ainda não arrancou e Portugal vai chegar a 2021 sem contrato de concessão - notícia jornal Expresso”.

É de louvar a sua tranquilidade e é reconfortante a sua atitude de lançar a culpa à pandemia. “ Os nossos clientes e os portugueses em geral contam connosco ... blá blá blá, Pois saiba que ao contrário do Senhor Presidente, nós trabalhadores fazemo-lo todo o ano e há muitos anos. Já lá dizia o poeta “o Natal é quando um homem quiser” e nós trabalhadores temos direito a ser tratados como homens e mulheres que têm direitos e aspirações agora e no futuro.

Queríamos apenas corrigi-lo quando fala de recordes, de angariação e de confiança dos clientes. Isso é resultado do esforço dos trabalhadores e das trabalhadoras em mais de 90%. O Senhor Presidente e quem o acompanha não têm o direito de tentarem apoderar-se do que pouco lhes pertence.

Por último, black friday e ponte são perfeitamente compatíveis, porque os trabalhadores querem! Não estamos confinados, estamos a “dar o litro” todos os dias e por isso temos o direito de decidir sobre o nosso presente e futuro.

NÓS somos CTT e não vamos deixar que destruam esta empresa.

Senhor Presidente, se não falarmos antes, desejamos-lhe um bom Natal.

Fonte: SNTCT/FECTRANS