Greve Nacional nas cantinas com adesão de 100 em escolas de LagosGREVE NACIONAL NAS CANTINAS: ADESÃO DE 100% NAS ESCOLAS EB1 DE LAGOS

A greve nacional convocada para hoje, dia 10, pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, para todo o sector das cantinas, refeitórios e bares concessionados, está a ter uma adesão de praticamente 100% nas escolas do Ensino Básico do 1.º ciclo do concelho de Lagos. Durante o início da greve as trabalhadoras estiveram a protestar junto à Escola EB1 Sophia de Mello Breyner Andresen e em frente à Câmara Municipal de Lagos, onde aprovaram uma moção.

Os baixos salários, a precariedade, a falta de condições de trabalho e o incumprimento do Caderno de Encargos por parte da Uniself, empresa a quem a Câmara Municipal de Lagos concessionou o serviço de alimentação do 1.º ciclo do ensino básico daquele concelho, são alguns dos motivos que as trabalhadoras apresentam para justificar o grande descontentamento existente.

Desde 2003 que a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, associação patronal que representa as empresas deste sector, recusa a revisão das tabelas salariais sem a retirada de direitos. A Uniself continua a não cumprir a carga horária mínima que consta do Caderno de Encargos e a Câmara Municipal de Lagos continua a permitir que a situação se arraste, com todas as consequências negativas que a situação acarreta para o rendimento e a saúde destas trabalhadoras e para a qualidade do serviço.

O Sindicato da Hotelaria do Algarve irá solicitar novamente uma reunião à Câmara Municipal de Lagos para analisar a situação e exigir respostas concretas que possam contribuir para a resolução dos problemas existentes com toda esta situação.

Moção

aprovada pelos trabalhadores das cantinas, refeitórios e bares concessionados das escolas básicas do concelho de Lagos, em greve, concentrados junto à Câmara Municipal de Lagos.

Considerando que:

A associação patronal AHRESP tem vindo a adiar sucessivamente as reuniões de negociações para a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) das cantinas, refeitórios, fábricas de refeições, áreas de serviço e bares concessionados;

A associação patronal AHRESP arrasta o processo negocial de revisão do CCT das cantinas desde 2004;

A associação patronal AHRESP insiste na retirada de direitos, designadamente retirar o subsídio noturno, reduzir o valor do trabalho suplementar, do trabalho prestado em dia de folga e em dia feriado, impor banco de horas e horários concentrados, impor transferências abusivas e polivalências desqualificativas e desvalorizativas, entre outros.

O setor continua a crescer designadamente nas áreas hospitalar, escolar e social;

A associação patronal AHRESP recusa negociar salários justos e dignos;

A proposta de aumentos salariais é inaceitável e coloca a esmagadora maioria dos trabalhadores a receberam praticamente o salário mínimo nacional.

A empresa que explora o serviço de refeições escolares no concelho de Lagos paga salários muito baixos e não cumpre o Caderno de Encargos;

A Câmara Municipal de Lagos tem conhecimento deste incumprimento e nada faz para acabar com esta ilegalidade que prejudica as condições de trabalho, a saúde das trabalhadoras e a qualidade do serviço;

Assim, os trabalhadores das cantinas, refeitórios e bares concessionados em greve, concentrados frente à Câmara Municipal de Lagos, manifestam o seu repudio pelas posições da AHRESP e da Câmara Municipal de Lagos e exigem:

  • Aumentos salariais justos e dignos;
  • Valorização das carreiras profissionais;
  • Respeito pelos direitos dos trabalhadores;
  • Negociação imediata do contrato colectivo de trabalho e a manutenção de todos os direitos nele consagrados;
  • O cumprimento do Caderno de Encargos;
  • Os trabalhadores decidem ainda e desde já, caso não haja uma resposta positiva às suas reivindicações, mandatar o sindicato para convocar novas formas de luta.

Lagos, 10 de Dezembro de 2021

Os trabalhadores

Fonte: Sindicato da Hotelaria do Algarve