Os ferroviários da CP cumprem hoje um dia de greve pela valorização dos salários e das profissões, que regista uma elevada adesão dos trabalhadores e que suprimiu mais de 90% das circulações ferroviárias, fechou centenas de bilheteiras, reduziu ao mínimo a actividade nas oficinas e outros serviços da empresa.Com esta greve os trabalhadores disseram, claramente, que as propostas de actualização salarial em 0,9%, significa mais um ano sem crescimento dos salários, quando se regista uma inflação de 7,2%. De registar que desde 2009, apenas em dois anos houve actualizações das remunerações de quem trabalha nesta empresa.

Esta adesão à greve por parte dos ferroviários da CP deve merecer a atenção do governo/administração, de modo a alterarem a sua posição de fuga à negociação e discussão, o que lamentavelmente não fez antes do dia de hoje e, assim, evitar o agravamento deste conflito laboral.

Não basta o Ministro da tutela afirmar “que os trabalhadores têm razão” como fez em Setembro de 2021 na véspera de uma greve na CP e IP e depois apresentar propostas que em nada alteram a realidade que já se vivia na altura, o da desvalorização dos salários, situação que se agravou com o brutal aumento do custo de vida.

Exige-se do governo/administração uma postura de diálogo e negociação e que não procurem desviar a atenção do essencial com comunicados para a comunicação social, que não são nenhum instrumento de negociação colectiva e que não são a solução para o conflito laboral.

Os prejuízos e transtornos hoje causados aos utentes são da responsabilidade do governo/administração da CP e mais transtornos podem causar se mantiverem a sua posição de tentarem impor aquilo que os trabalhadores rejeitam, por considerarem muito pouco para melhorarem as suas condições de vida e trabalho.

Fonte: FECTRANS