FENPROF vai reunir com os professores para esclarecer, debater e apontar formas de luta

Entre 14 e 24 de novembro realizar-se-ão 30 plenários em todo o país

A insatisfação dos professores perante a inação governativa para dar resposta aos problemas que afetam a profissão levou à realização de uma grande greve no passado dia 2 de novembro, a qual contou com a compreensão e solidariedade da sociedade, que compreendeu os motivos que levaram os professores à greve.

Professores e educadores estão entre os grupos profissionais que mais se sujeitam a deslocações diárias e ao aluguer de segunda e, mesmo, terceira habitação quando são casais, sem que lhes seja assegurado qualquer apoio para o efeito. Pelo contrário, são dos raros setores da Administração Pública a quem continua a não ser contado integralmente o tempo de serviço cumprido para enquadramento numa carreia, na qual existem obstáculos que, na prática, estão neste momento a congelar a progressão a mais de 5500 docentes. Horários sobrecarregados, envelhecimento, desrespeito por milhares de docentes com doenças incapacitantes, precariedade que se arrasta ao longo de mais de década e meia são problemas para os quais a FENPROF tem vindo a apresentar propostas de solução que, no entanto, têm esbarrado na indisponibilidade dos responsáveis do ME para que se abram processos negociais.

Qual cereja no topo do bolo, no passado dia 8, o Ministério da Educação manifestou a intenção de criar mapas de pessoal que extinguiriam as diversas modalidades de quadros existentes, encetando, assim, de forma encapotada, uma efetiva revisão do Estatuto da Carreira Docente. Pretende, também, entregar o recrutamento de docentes e a sua vinculação a conselhos locais de diretores, cuja área de jurisdição passaria a ser a das Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas estendendo os tentáculos da municipalização a este recrutamento; acresce que todo o processo de recrutamento, tal como o ME pretende, impediria, no futuro, que a grande maioria dos docentes se aproximasse das suas áreas de residência, quer por desaparecer o mecanismo de mobilidade interna, quer por os novos lugares que surjam serem destinados à vinculação, desconhecendo-se, mesmo, se será mantido o mecanismo de concurso interno e, a manter-se, que vagas terá disponíveis.

A insatisfação dos docentes está a transformar-se em forte indignação e a FENPROF está disponível para lhe dar expressão de luta. Nesse sentido, vai promover trinta (30) plenários por todo o país, cobrindo todas as capitais de distrito e mais algumas localidades em que se concentram mais professores. Nestes plenários poderão participar todos os educadores e professores que pretendam, sejam ou não sindicalizados. O Secretário-Geral da FENPROF, Mário Nogueira, bem como os Secretários-Gerais Adjuntos José Feliciano Costa e Francisco Gonçalves estarão presentes em vários desses plenários que terão lugar entre 14 e 24 de novembro. A par destes plenários, também se realizarão dezenas de reuniões de escola e agrupamentos de escolas.

Os plenários servirão para esclarecer, debater e apontar formas de luta a desenvolver pela FENPROF, tanto autonomamente, como em convergência com outras organizações sindicais.

Fonte_ FENPROF