Pelos dados recolhidos ao longo de toda a manhã, a FENPROF estima que em 90% das escolas não houve aulas. Um número que tem vindo a crescer durante a tarde, pois são várias as escolas que, tendo tido aulas durante a manhã em condições mínimas de funcionamento, tiveram de encerrar de tarde.
Com esta greve, os trabalhadores da Administração Pública tornam público o seu descontentamento pela forma como são tratados pelo governo, cujas políticas desrespeitam os seus direitos e põem em causa a qualidade da resposta dos serviços públicos. Salários com crescente perda de poder de compra, carreiras desvalorizadas e pervertidas, envelhecimento, precariedade ou sobrecarga de trabalho são, apenas, alguns dos motivos que levaram os trabalhadores à greve e as escolas a encerrarem.
No caso dos professores, acrescem, aos motivos comuns a toda a Administração Pública, a intenção do governo de quebrar a paridade no topo entre as carreiras docente e técnica superior, a não contagem integral do tempo de serviço para a carreira ou o congelamento das progressões imposto pelas vagas e pelas quotas de avaliação, bem como o projeto do ME de revisão do regime de concursos, substituindo os quadros por mapas de pessoal, gerindo o pessoal docente de acordo com os interesses das CIM e áreas metropolitanas ou entregando aos diretores a afetação dos docentes às escolas.
Depois da expressiva greve de 2 de novembro e da greve de hoje de toda a Administração Pública, a FENPROF espera que o governo aceite negociar condições que valorizem a profissão docente e dignifiquem os serviços públicos, desde logo a Escola Pública.
Fonte: FENPROF