Trabalhadores da Armatis Portugal decidem greve para 12 de dezembro e greve parcial às segundas feiras com, início a 19 de dezembro, até final de fevereiro de 2023

A greve funciona no seguinte modo:

Dia completo de greve no dia 12 de dezembro, com concentração entre as 10h e as 12h.

Greve parcial a realizar às 2ª feiras com início a 19 de dezembro até final de fevereiro 2023 nos seguintes períodos:

1º período 09h00 até às 11h00 / 2º período 15h00 até às 17h00 / 3º período 19h00 até às 21h00

Em qualquer destes períodos os trabalhadores podem entrar em greve.

Chegados a 28 de fevereiro de 2023 e não havendo resultados positivos, os trabalhadores vão novamente reunir e tomarão decisões.

Os trabalhadores têm consciência de que as lutas exigem sacrifícios
Quando as suas reivindicações não são ouvidas

Nenhum trabalhador adere a uma greve ao acaso, só o faz quando se identifica com problemas concretos, quando se trata de defender os seus legítimos direitos, quando se sente injustamente desvalorizado, e foi nesta linha de princípios e análise de questões concretas, que os trabalhadores tomaram a decisão de uma nova greve nos termos apresentados, e disponíveis a imediatamente suspender se as suas reivindicações vierem a ser ponderadas e atendidas pela empresa.

Em relação à greve parcial a realizar às segundas feiras, nomeadamente sobre qual a segunda feira ou se todas as segundas feiras no mês, será da vontade dos trabalhadores, sem a obrigação de avisar com antecedência se vão fazer greve, assim como no dia seguinte justificar que esteve em greve.

A Greve não prejudica os dias antes ou depois, tendo em conta que o período de greve é justificado.

Qualquer indício de pressão ou ameaça por parte da empresa, a Lei considera como um procedimento ilegal e muito grave que pode ser punido com prisão.

Na dúvida, contactar o delegado sindical ou os serviços do sindicato ( e-mail: Este endereço de correio electrónico está protegido contra leitura por robôs. Necessita activar o JavaScript para o visualizar. )

HISTORIAL DA LUTA DOS TRABALHADORES DA ARMATIS

Os trabalhadores no segundo semestre de 2021, através de reuniões plenárias promovidas pelo SINTTAV, iniciaram a luta pela reivindicação da actualização salarial, subsídio de refeição e cumprimento de compromissos assumidos pela empresa que a determinado momento deixaram de ser respeitados.

O SINTTAV com a competência que os trabalhadores lhe confiaram, tomou a iniciativa de endereçar por escrito à empresa as reivindicações com solicitação de reunião, tendo como objectivo encontrar um entendimento que melhor se identificasse com as aspirações dos trabalhadores.

A reunião pelo método online realizou-se em novembro de 2021, na qual os representantes da empresa não deram respostas concretas a quase todas as questões que lhes foram colocadas, destacando o aumento dos salários e do subsídio de refeição que teve como resposta ser «obrigação da empresa proteger-se da concorrência», isto é, nas entrelinhas ... «se os outros não aumentam salários, não vai a Armatis faze-lo...».

Porém, face à persistência dos trabalhadores em defender as suas reivindicações, a Armatis vem surpreender com um «habilidoso truque» com a ideia de que a questão do aumento salarial iria ficar resolvido com uma transferência do valor total do subsídio de línguas e parcial do premio de absentismo para a remuneração base fixa.

Os trabalhadores têm capacidade de análise
e perceberam tratar-se de um ilusionismo

Na verdade, trata-se de um fingido aumento salarial, porque feitas as contas, no final de cada mês o rendimento global continua a ser o mesmo, ou seja, com este «truque», a empresa não acrescenta um cêntimo no salário dos trabalhadores, mantem o valor ridículo no subsídio de refeição, e está claro ser intenção da empresa de, nos próximos anos, não mais falar em revisão dos salários até que o salário mínimo nacional venha dar um empurrão.

Entretanto, outra realidade no momento, é que os valores do subsídio de línguas e premio de absentismo que entraram no salário fixo, em parte já foram absorvidos, devido à galopada da inflação que em outubro atingiu os 10,1% a influir o agravamento do custo de vida, para além da aproximação do salário mínimo nacional com o aumento a partir de janeiro do próximo ano.

A questão salarial e subsídio de refeição continua por resolver,

é tempo demasiado de espera

os trabalhadores reuniram e decidiram

Os trabalhadores perderam a paciência em se manterem tanto tempo na expectativa que a empresa viesse a reconhecer a justiça de uma revisão salarial efectiva que, afinal, não se deslumbra.

Por tal evidencia, e como desde a greve de 14 de fevereiro tudo continua igual, salários, subsídio de refeição, acrescentando mais responsabilidades e um maior ritmo de trabalho, os trabalhadores sentiram a necessidade de novamente se reunirem, no sentido de analisarem o ponto de situação das suas reivindicações e tomarem as decisões que considerassem as mais adequadas.

Assim o fizeram com o apoio incondicional do SINTTAV, em Guimarães e no Porto, conciliando a decisão em continuar com a luta a começar por 1 dia completo de greve em 12 de dezembro, e a partir do dia 19 de dezembro uma greve parcial às segundas feiras, em 3 períodos do dia com duração de 2 horas, até final do mês de fevereiro de 2023.

SÓ COM MUITA PERSISTÊNCIA NA LUTA É POSSÍVEL MELHORAR AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Fonte: SINTTAV