Rita Costa, Anabela Silva e Jorge Costa, num podcast moderado por António Santos, falam sobre o modo como o outsourcing serve à EDP para agravar a exploração de mão-de-obra que, embora seja especializada, é mal remunerada e excluída de direitos reconhecidos no Acordo Colectivo de Trabalho.
Durante meia hora, a partir da realidade que conhecem em primeira mão e das injustiças contra as quais combatem, explicam que o salário é a primeira diferença entre ser trabalhador de uma «prestadora de serviços» ou ser de uma empresa do Grupo EDP. Rita Costa, da E-Redes (EGOR, Porto), dirigente sindical do SITE Norte, recebe quase 200 euros menos do que o mínimo da tabela salarial em vigor na EDP.
Além da contratação de serviços da EDP a «prestadoras» externas, também há subcontratação. Este circuito envolve perto de uma dezena de empresas, seis call centers, 80 lojas e cerca de três mil trabalhadores, que deviam estar no quadro da EDP.
Anabela Silva, do centro de contacto em Lisboa (Randstad), dirigente do SIESI, recorda que sempre tem havido lutas, desde que foi criado o primeiro call center em subcontratação, há 30 anos. Diz que hoje há muita consciência das injustiças, há muita indignação, e dia 10 vai haver uma grande luta a nível nacional nas lojas e nos call centers.
Com greves, foram conseguidos alguns frutos, como o aumento do subsídio de alimentação (que já estagnou de novo) e o aumento do tempo de pausas, lembra Jorge Santos, do centro de contacto em Seia (Manpower). Também agora, só lutando unidos se vai conseguir ter frutos.
Houve comentários a afirmações recentes do CEO da EDP e à notícia de que esta irá contratar três mil trabalhadores este ano.
Foram apontadas as grandes responsabilidades do Governo nesta via aberta à precariedade e foi assinalado que isto também tem a ver com os grandes lucros que a EDP apresenta anualmente.
Fonte: Fiequimetal