Os médicos estarão em greve amanhã e depois, dias 8 e 9 de março. A greve foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em resposta à falta de compromisso, por parte do Ministério da Saúde, em negociar as grelhas salariais e na falta de medidas para salvar o Serviço Nacional de Saúde. Fazem também uma concentração, amanhã, a partir das 15h00, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, na qual participará a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
As negociações do Ministério da Saúde com os sindicatos têm sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas por parte da tutela. Por outro lado, a FNAM tem feito o seu trabalho de forma responsável, cumprindo prazos e apresentado as suas propostas.
A FNAM sempre assumiu uma posição dialogante e disponível. Em resposta, o Ministério da Saúde tem sido evasivo e tem apresentado medidas paliativas, através da recém-criada Direção Executiva do SNS, à revelia das negociações com os sindicatos.
Para os médicos, é fundamental avançar com medidas estruturais: negociar novas grelhas salariais, valorizar a carreira médica, dignificar condições de trabalho, de forma a garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade para a população.
Têm sido os médicos e os profissionais de saúde que têm assegurado o funcionamento do SNS, apesar do subfinanciamento crónico e da deterioração das suas condições de trabalho. A uma situação insustentável – os médicos estão exaustos e desmotivados face à falta de resposta do Governo, à situação difícil do SNS e ao cansaço acumulado durante a pandemia de COVID-19.
Com esta greve, os médicos exigem:
- uma verdadeira valorização das grelhas salariais
- a reversão das medidas da troika, como a reposição dos 25 dias de férias e mais 5 dias suplementares se forem gozadas em época baixa
- a redução das listas de utentes para os médicos de família
- a redução do trabalho em serviço de urgência, das 18 para as 12 horas
- a reforma antecipada com 36 anos de serviço ou aos 62 anos de idade.
Fonte: FNAM