A luta por melhores condições de vida e de trabalho teve um ponto alto no dia da assembleia de accionistas da EDP. Com greve e uma concentração junto da sede, em Lisboa, ficou patente a indignação que suscita a posição que a administração tem demonstrado no que respeita à valorização de quem trabalha.

No dia 12 convergiram, numa jornada de luta, trabalhadores das empresas do Grupo EDP e trabalhadores das lojas e centros de contacto da EDP, contratados através de empresas «prestadoras de serviços». Organizados nos sindicatos da Fiequimetal (SIESI, SITE Norte, SITE Centro-Norte e SITE CSRA), reafirmaram que vão continuar a percorrer um caminho comum, pelos direitos e interesses que são de todos.
Numa saudação, emitida dia 14 pela Comissão Intersindical da Fiequimetal na EDP, a administração é acusada de ficar desconfortável, quando os trabalhadores luta, como se provou pelas intromissões ocorridas em alguns locais de trabalho.
Durante a concentração, de manhã, na Avenida 24 de Julho, foram aprovadas duas resoluções.

Reivindicações reafirmadas

Os trabalhadores das empresas do Grupo EDP reafirmaram as reivindicações colocadas à administração: um aumento real dos salários, que faça frente ao aumento do custo de vida; valorização das carreiras profissionais e redução do tempo de progressão; uma negociação séria e rápida das várias matérias do ACT, entre elas, o benefício em energia e a antiguidade; cumprimento do ACT no acesso à reforma e pré-reforma, e alargamento deste direito a todos os trabalhadores do Grupo EDP; fim da precariedade.

Da administração, foi exigido o compromisso de acelerar as negociações das matérias pendentes, que foram requeridas pelos sindicatos da Fiequimetal. Além disso, o processo de avaliação deve ser claro e transparente, acabando com quotas ou curvas delimitadoras que apenas servem para falsear a avaliação e impedir a progressão dos trabalhadores.

Por fim, na resolução afirma-se que os trabalhadores das empresas do Grupo EDP estão solidários com a luta dos trabalhadores das empresas «prestadoras de serviços».

Responsável pela precariedade

A administração da EDP é responsável pelos milhares de trabalhadores com vínculos precários que atendem clientes nas suas lojas, nos centros de contacto e outros serviços, como o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (Fundação EDP).

Na resolução dos trabalhadores contratados através de «prestadores de serviços» - que chegaram à sede da EDP em manifestação, vindos desde o Cais do Sodré - considera-se uma vergonha nacional que a EDP, declarando-se cinicamente como um exemplo de responsabilidade social, esteja no top nacional daquelas empresas em que a exploração de quem trabalha é assumida como uma área de negócio.

Os representantes dos trabalhadores ficaram mandatados para apresentarem uma proposta, de aplicação imediata, estabelecendo patamares mínimos para as principais rubricas remuneratórias (salário-base, subsídio de refeição e outras), por forma a permitir uma equidade entre todos os trabalhadores envolvidos.

Nos termos da proposta, a formalizar amanhã, dia 18, a administração terá de colocar aos «prestadores de serviços» a necessidade de assumirem os compromissos necessários para esse efeito, até ao dia 2 de Maio.

Fonte: Fiequimetal