Na reunião de ontem com a ANIECA, para se continuar a discussão da revisão salarial deste ano, onde a FECTRANS transmitiu a posição que resultou da discussão com os trabalhadores, após o debate foi assumido um acordo para as remunerações deste ano, sem prejuízo de, ainda este ano, se passar à discussão das matérias que foram colocadas e que ficaram de fora do acordado.
Os valores acordados, com efeitos retroactivos ao passado mês de Janeiro, são:
Salário base dos Instrutores – 885€;
Subsídio de Refeição – 5,20€;
Subsídio de Instrutores de pesados – 3%;
Diuturnidades – mais 2% relativamente ao valor actual.
Na conjugação destas rubricas os trabalhadores terão um aumento da remuneração mensal na ordem dos 100€, que foi o maior destes últimos anos, porque os trabalhadores se mobilizaram em torno do seu sindicato de classe, o STRUP/FECTRANS.
Mas achamos que é preciso ir mais além e o acordo agora concluído, cuja assinatura final será no dia 12 de Maio, é uma evolução, mas não é a solução. Deu-se um passo, mas vamos continuar a intervir e a lutar para se ir mais além, assim os trabalhadores queiram e reforcem a sua mobilização em torno do que ainda falta resolver.
Matérias que ficaram em aberto e que não abdicamos de colocar nas futuras reuniões;
Necessidade de continuar a progredir nos salários e remunerações dos trabalhadores do sector, com o objectivo de unificar as relações de trabalho, independentemente da associação patronal;
Alargamento do subsídio de instrutores de pesados aos instrutores que ministram aulas de motos, com o aumento do valor para todos;
Definição de carreiras profissionais no sector, de modo a valorizar as profissões;
Regulamentação dos tempos de trabalho e definição de um horário semanal de 35 horas.
São objectivos construídos com os contributos dos que participaram na discussão que o STRUP/FECTRANS tem efectuado com trabalhadores do sector, propostas que são fáceis de apresentar à associação patronal, mas sem o envolvimento, cada vez maior, dos trabalhadores em torno do seu sindicato, não passarão do papel.
É com a unidade dos trabalhadores em torno do seu sindicato do sector e não com a sua dispersão, que os trabalhadores darão força às suas reivindicações e conseguirão ver melhoradas as suas condições de trabalho.
Mas a luta pela melhoria das condições de trabalho passa também pelo cumprimento do CCTV em vigor e essa deve ser uma exigência de cada um.
Por aquilo que tem sido transmitido há trabalhadores que não recebem diuturnidades, apesar de estarem previstas no Contrato Colectivo. Há quem faça horas extraordinárias abaixo do valor a que o Contrato Colectivo obriga e, em ambos os casos, quem perde são os trabalhadores e ganham os patrões das escolas de condução que ficam com o dinheiro devido a quem trabalha e sem que estes relatem as suas situações concretas, o Sindicato não consegue intervir para exigir o que lhes é devido.
Quando cada trabalhador perceber que são os patrões das escolas de condução que precisam deles e passarem a exigir o que lhes é devido, muita força todos os trabalhadores ganharão na defesa dos seus interesses!
Temos a noção que há muito por fazer neste sector! É preciso regulamentar a actividade e dignificar os seus profissionais, mas isso só se conseguirá, com cada vez mais trabalhadores a participarem na discussão dos seus problemas e a partir das diversas opiniões, se construírem as propostas que para responder aos anseios de todos.
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Fonte: FECTRANS