Greve nacional da Administração Pública arrancou em força nas autarquiasRecolha do lixo paralisada ao início da noite

Nos primeiros serviços de recolha nocturna a entrar em funcionamento – Amadora, Loures, Évora, Moita, Palmela e Seixal – registou-se uma adesão de 100%. Também não se efectuou a recolha de lixo nos concelhos do Barreiro e Oeiras, com adesão na ordem dos 90%. Já em Almada e Vila Franca de Xira a adesão foi igualmente muito significativa, tendo a recolha de resíduos e os serviços de higiene urbana ficado seriamente prejudicados.

As primeiras horas desta paralisação ficam marcadas pela forte adesão na Administração Local, particularmente nos sectores da recolha de resíduos e higiene urbana, antevendo o STAL uma elevada adesão na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais ao longo desta sexta-feira (dia 27).

Os dados conhecidos até ao momento reflectem o profundo descontentamento e revolta dos trabalhadores da Administração Local e do sector das empresas, e são um sinal claro de que subscrevem as razões que levaram à convocação desta greve: a política de empobrecimento prosseguida pelo PS, com a conivência do PSD/CDS, da Iniciativa Liberal e do Chega; contra o brutal aumento do custo de vida; pelo reforço dos direitos; por melhores condições de vida e laborais na Administração Pública; pela urgente valorização do trabalho e dos trabalhadores; e pelo reforço das Funções Sociais do Estado.

Os trabalhadores da Administração Pública em Portugal ganham, em média, cerca de metade do salário dos seus congéneres dos outros países da União Europeia; e desde 2009 que perderam, em média, o equivalente a três salários, sendo que só entre Abril de 2022 e de 2023, sofreram, em média, uma quebra real do salário de 5,1%.

A Frente Comum apresentou ao Governo a sua «Proposta Reivindicativa Comum» para 2024, que contém soluções para os problemas que os trabalhadores da Administração Pública enfrentam há muito, de que destacamos:

  • Aumento não inferior a 15%, no mínimo 150€ para todos;
  • Salário mínimo de 920€ em Janeiro, atingindo os 1000€ ainda em 2024;
  • Subsídio de refeição de 10,50€;
  • Correcção real e justa da Tabela Remuneratória Única;
  • Reposição das carreiras, índices remuneratórios e dos seus conteúdos profissionais específicos, e contagem de todo o tempo de serviço;
  • Revogação do SIADAP e sua substituição por um sistema de avaliação sem quotas, formativo, transparente, equitativo e justo.

O STAL exige que o governo PS garanta o aumento dos rendimentos dos trabalhadores e considera inaceitável que “arraste” a resolução dos graves problemas dos trabalhadores, que estão na linha da frente da resposta às necessidades das populações em todas as áreas de intervenção do Estado, e em particular na Administração Local, pelo que exigem respeito e soluções para os seus problemas.

Dados de adesão em actualização permanente na página do STAL:

www.stal.pt/dadosgreve