O Ministério da Saúde concessionou a administração das vacinas às farmácias (privado) e os resultados são inequívocos: menos cobertura vacinal e utentes, mais doentes, a recorrer aos serviços de urgência.
Os dados da cobertura vacinal durante o período em que esta atividade foi, quase em exclusivo, da responsabilidade das farmácias, demonstram a menor adesão dos cidadãos (2ª coluna) em contraponto com os dados da 3ª coluna após pedido do Diretor Executivo do SNS para que as Unidades de Saúde Familiar e as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados convocassem os utentes para serem vacinados.
A vacinação é por norma uma medida preventiva à qual os portugueses aderem. Contudo, era esperado uma maior resistência dos cidadãos, incluindo os maiores de idade, após os anos de pandemia, pelo cansaço emocional que significou a inoculação de várias doses da vacina do Covid.
Por outro lado, a comunidade científica já tinha alertado para a possibilidade de uma menor proteção imunológica dos portugueses decorrente da utilização dos meios de proteção durante aquele período.
Neste contexto, tornava-se ainda mais importante que a vacinação fosse efetuada pelos enfermeiros de família, com quem os utentes já têm uma relação de confiança e, nessa base, garantir maiores níveis de adesão às vacinas.
Provavelmente o número de doentes que recorreram aos serviços de urgência teria sido menor.
Fonte: SEP