GREVE GERAL:
IMPACTO NACIONAL E CONTRIBUTO PARA A MUDANÇA
1. A CGTP-IN saúda os trabalhadores portugueses, particularmente aqueles que, com muita coragem, determinação e sacrifícios pessoais, para si e para as suas famílias, exerceram o inalienável direito à greve, mesmo quando confrontados com a proibição de plenários de trabalhadores, recolha ilegal de dados pessoais, ameaças de processos disciplinares ou com o recurso à GNR para dificultar o exercício dos piquetes.
2. A CGTP-IN manifesta também a sua solidariedade a todos os que, estando de acordo com as razões da Greve Geral, não puderam exercer esse direito por força de inadmissíveis pressões e coacções impostas pelo patronato e Governo, designadamente face às situações de precariedade que atingem muitos milhares de trabalhadores, à ameaça de não pagamento de prémios e subsídios e à imposição de serviços mínimos ilegais.
3. Na greve de hoje, como em todas as greves até agora realizadas, os trabalhadores asseguraram, sem nenhum problema, os serviços mínimos necessários para satisfazer as necessidades sociais impreteríveis.
4. A Greve Geral de hoje atingiu um grande impacto em todas as regiões do país, regiões autónomas incluídas, bem como em todos os sectores de actividade, tendo sido amplamente referenciada pelos media, também internacionais, e saudada por inúmeras organizações estrangeiras, particularmente europeias. A Greve Geral foi, de facto, uma greve nacional.
5. Da dimensão e impacto da Greve Geral resulta uma influência no sentido da melhoria das condições de vida e de trabalho nos sectores privado e público e da mudança de rumo de que o País necessita. Em todo o processo da Greve Geral, logo desde a sua preparação, a sociedade foi alertada e sacudida e os problemas da precariedade, do desemprego, do ataque aos serviços públicos, das desigualdades, da injusta distribuição da riqueza e das injustiças sociais gritantes que nos envolvem e que só prejudicam o futuro do país e o seu desenvolvimento sustentado, foram trazidos para a primeira linha de problemas a resolver. Depois desta Greve Geral e com o impacto da sua preparação e realização, não pode o Governo continuar impunemente a deixar agravar estes problemas, nem o patronato a prosseguir práticas de má gestão e de imposição de relações laborais injustas e inaceitáveis.
A sociedade portuguesa não deixará de reconhecer o grande contributo desta Greve Geral para um país modernizado e para uma democracia activa, participativa e dinâmica, respeitadora dos direitos de quem trabalha.
6. A CGTP-IN e os trabalhadores sabem que as mudanças necessárias não acontecem dum dia para o outro. Elas fazem-se na continuidade da acção e da luta. É tempo de o patronato cumprir as leis e os direitos dos trabalhadores, de assegurar condições de formação e qualificação, de respeitar quem trabalha, de remunerar com justiça. É tempo de o Governo tratar os trabalhadores e a população portuguesa, não como números, mas como pessoas com dignidade, com direitos e aspirações, com dificuldades e capacidades. Compete ao Governo afirmar e assegurar o direito a emprego decente, tratar os portugueses com equidade e garantir uma justa distribuição da riqueza produzida. É tempo de uma efectiva mudança de rumo! Para estes objectivos, os trabalhadores podem continuar a contar com a CGTP-IN.
Lisboa, 30 de Maio de 2007