Os dados do Eurostat relativos ao desemprego de Janeiro confirmam que o desemprego continua a aumentar neste início de 2013. Atingiu uma taxa de 17,6%, a terceira mais elevada da União Europeia e a mais alta de sempre no país, que corresponde a 960 mil desempregados em sentido estrito e a mais de 1 milhão e meio se considerarmos os inactivos disponíveis e indisponíveis e os subempregados. Num ano o número real de desemprego e subemprego aumentou em 217 milhares.

Entre os jovens menores de 25 anos a taxa foi de 38,6%, um dos valores mais altos de sempre e quatro pontos percentuais a mais que em Janeiro do ano passado.

Este é um Governo que despede os pais e nega o emprego aos filhos, não lhes garantindo sequer um nível adequado de protecção social no desemprego. Hoje, milhares de famílias vivem em condições muito precárias devido à perda de emprego e à ausência de prestações de desemprego dignas. Os jovens não conseguem aceder ao subsídio de desemprego devido à precariedade e os pais vêem o tempo de atribuição e o valor cada vez mais baixo.

Passado um ano do chamado Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, acordo entre Governo, patronato e UGT, o país está em recessão, há um número record de falências e em vez de emprego temos uma persistente destruição de postos de trabalho.

Bem pode o Secretário de Estado do Emprego afirmar que o valor atingido se deve à sazonalidade e que no final do ano a taxa de desemprego será menor do que a registada agora. Com uma recessão prevista de 1,9% para 2013 tal não se irá verificar. Se o Governo insistir nesta política recessiva e pretender ainda cortar mais 4 mil milhões de euros à despesa do Estado, que atingirá não os privilégios das grandes empresas, da especulação financeira, da banca, mas sim os trabalhadores, os pensionistas e as camadas desfavorecidas da população, a economia continuará a definhar e o desemprego aumentará ainda mais.

O que o país precisa é de uma mudança de políticas que inverta o rumo da economia, promova o crescimento, a criação de emprego e a melhoria da protecção social. Com a luta dos trabalhadores e do povo esta política será derrotada.