Nós, jovens trabalhadores, reunidos nesta Manifestação Nacional, declaramos a nossa firme oposição às políticas de sucessivos governos que perpetuam a desvalorização dos salários, precariedade, a exploração laboral e a incerteza no nosso futuro.
A juventude em Portugal enfrenta salários baixos, contratos precários, dificuldades no acesso a direitos fundamentais como a habitação ou a saúde. Temos, ainda, um sistema de protecção social que não garante dignidade. Inspirados pela luta histórica de gerações de jovens trabalhadores, munidos da força organizada dos sindicatos de classe da CGTP-IN, exigimos uma política alternativa, um novo rumo urgente que assegure melhores salários, mais direitos e condições de vida e de trabalho para as mais jovens gerações de trabalhadores.
Exigimos salários dignos que acompanhem o aumento do custo de vida, com um aumento geral dos salários em pelo menos 15%, não inferior a 150€ e a fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1000€ já este ano para que nos permita viver, não apenas sobreviver. A contratação colectiva deve ser fortalecida, não desmantelada, e, por isso exigimos a revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente o fim da caducidade e a reintrodução plena do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador.
Exigimos o fim da precariedade laboral, que condena milhares de jovens a falsos recibos verdes, contratos a termo repetidos, a estágios e trabalho sem direitos. Basta de abusos! Queremos emprego estável, com contratos efectivos que respeitem a lei e a dignidade do trabalho. Exigimos que a um posto de trabalho permanente, corresponda um vínculo de trabalho efectivo.
Exigimos tempo para viver, a redução da jornada de trabalho semanal para as 35 horas sem perda de retribuição, e o fim dos instrumentos de desregulação dos horários de trabalho como os bancos de horas e as adaptabilidades.
Exigimos o equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar, o tempo para o lazer, a cultura, o desporto ou o descanso.
Exigimos a valorização das carreiras profissionais, que garanta progressões justas baseadas no tempo de serviço e na qualidade do trabalho e com reflexo na remuneração, incompatível com actuais sistemas de quotas, incompatível com o SIADAP que urge revogar. É preciso garantir e valorizar a formação profissional nos locais de trabalho.
Exigimos o direito a uma habitação digna, porque nenhum jovem deve ser obrigado a adiar a sua autonomia devido a rendas abusivas ou à especulação imobiliária. O Estado tem o dever de regular o mercado, alargar substancialmente o parque habitacional público e criar programas de apoio real à juventude.
Exigimos o reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado – um SNS público, universal e gratuito, que não nos deixe desamparados, um ensino público, gratuito, democrático, inclusivo e de qualidade desde da creche ao superior, um sistema de Segurança Social público, universal e solidário. Não aceitamos o desmantelamento nem a mercantilização dos nossos direitos.
Exigimos igualdade no trabalho, sem discriminação por idade, género, origem ou orientação sexual. Queremos licenças parentais justas e políticas que conciliem a vida profissional com a pessoal.
A juventude não vai baixar os braços. Estamos nas ruas, nos locais de trabalho e nos sindicatos para lutar por um futuro que não nos seja roubado. Solidarizamo-nos com todos os trabalhadores em luta, em Portugal e no mundo, e reafirmamos o nosso compromisso com a CGTP-IN na defesa intransigente dos direitos. O nosso futuro não é negociável – unidos venceremos!
Viva a Interjovem!
Viva a CGTP-IN!
Interjovem
Resolução "Luta! Pelo teu salário, pela tua carreira, por uma vida digna!"
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