Os números crescentes do desemprego confirmam a necessidade da aposta na produção nacional, fim do encerramento dos Serviços Públicos, aumento real dos salários, em particular do Salário Mínimo Nacional, e revogação da Legislação laboral que generaliza a Precariedade e facilita os despedimentos.

O IEFP emite hoje, na “Informação Mensal do Mercado de Emprego”, a subida do número de desempregados durante este mês. No final de Junho de 2012, estavam registados nos Centros de Emprego 645 955 desempregados. A comparação com o mês de Junho do ano passado revela um aumento de 24,5% (+127 250 trabalhadores desempregados) apresentando-se igualmente uma subida, relativamente a Maio deste ano (+0,7%)

Os jovens até aos 25 anos são, segundo estes dados, os que apresentam o maior agravamento anual do desemprego (+37,1%), sendo os mais afectados pelo aumento generalizado da Precariedade, com 85% das novas contratações a serem efectuadas com recurso a vínculos precários, sejam eles falsos recibos verdes ou contratos de curta duração.

Os números são claros: o “fim de trabalho não permanente” mantém-se como principal motivo de inscrição dos desempregados, representando 39,6% das inscrições realizadas durante este mês nos Centros de Emprego.

A inscrição no Centro de emprego e a chamada “procura activa” não têm sido a solução para os milhares de jovens que lá se dirigem todos os dias. A comprová-lo está o fluxo de ofertas de emprego apresentadas no decurso de Junho deste ano, 8 386, o que se traduz numa quebra de 8,8% em comparação com o mês de Junho do ano anterior e de 1,9%, em relação ao último mês de Maio.

Os baixos salários, com a perda de poder de compra e o encerramento de centenas de empresas em vastas regiões do país, leva a que o aumento do desemprego se faça sentir em todo o Continente e Regiões Autónomas, em particular no Alentejo, Algarve e Açores.

Os números apresentados não deixam margem para dúvidas. Tendo como referência a evolução do desemprego de Junho de 2011 a Junho deste ano, conclui-se que, em todas as regiões do País se assistiu a um aumento generalizado do desemprego, sobressaindo os Açores, com +43,9%, o Alentejo, com +35,9, e o Algarve com +32,2%.

A não renovação de Contratos na Função Pública, a par com o encerramento dos Serviços Públicos, leva à destruição de milhares de postos de trabalho. Estamos perante os maiores despedimentos de sempre, sobretudo entre os trabalhadores mais jovens, que foram contratados há poucos anos. É  de referir o aumento do desemprego nos “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares”, com +150,8%, neste sector profissional, factor resultante da não renovação dos contratos para este ano lectivo a milhares de trabalhadores necessários todos os dias nas suas escolas.

A actualidade da Acção que a Interjovem/CGTP-IN realizou no último Sábado, em conjunto com a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica, comprova-se.

As exigências que, nela foram feitas, por centenas de jovens, reivindicando o trabalho com direitos em alternativa ao desemprego e à precariedade, conscientes de que “A Precariedade e o desemprego não são para aceitar, são para combater”, são essenciais para que a luta continue nos locais de trabalho e na rua.

É através de uma forte rejeição das alterações à Legislação laboral, e pela resistência aos despedimentos, denunciando a exploração que representa a Precariedade Laboral, que podemos derrotar a situação em que nos encontramos, exigindo que os trabalhadores que asseguram postos de trabalho permanentes, tenham direito a vínculos de trabalho efectivos.

A Interjovem/CGTP-IN