A greve geral do próximo dia 27 de Junho de 2013 é mais uma demonstração da revolta dos trabalhadores portugueses para com esta política de empobrecimento progressivo do país, das famílias e de todos os portugueses.
No âmbito da administração local, a política seguida tem sido completamente desastrosa para o desenvolvimento sustentável local, com medidas de estrangulamento do funcionamento da administração autárquica, como sejam a Lei dos Compromissos e Pagamentos em atraso que tem provocado o caos na governação local, burocratizando o processo de decisão e retardando desnecessariamente a execução de ações e obras fundamentais para os municípios e respetivas populações. Por outro lado, a lei que obrigou os municípios a reduzirem, de forma cega, as suas estruturas funcionais, só veio provocar uma maior dificuldade de gestão diária dos serviços públicos municipais prestados aos cidadãos.
Não podemos, no entanto, esquecer as medidas extremamente gravosas de redução de salários, aumento do horário de trabalho e descontos para a ADSE e CGA, bem como a eliminação de feriados e diminuição do valor/hora do trabalho suplementar, que agravaram ainda mais a vida de todos os funcionários públicos, tornando-os bodes expiatórios de uma politica de desvalorização do trabalho enquanto fator de produção, mas também enquanto meio de realização humana e sustentação familiar.
Por todas estas razões atrás expostas, não posso deixar de declarar o meu apoio à próxima greve geral, desejando que a mesma seja o pronto de viragem necessário para uma política patriótica, de esquerda, progresso social e respeito pela autonomia das autarquias locais, conforme plasmado na constituição da república portuguesa.
Augusto Pólvora, Arqtº.
(Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra)