O desemprego está a aumentar e cada vez com maior ritmo. No final de Março de 2012 permaneciam inscritos nos centros de emprego 661,4 mil desempregados, um aumento de mais de 109 mil desempregados em apenas um ano (+19,8% que no mês homólogo e mais 2,1% que no mês anterior). Na realidade o desemprego é mais alto. Se se juntarem os 48,7 mil desempregados ocupados em medidas de activas de emprego e formação profissional, o número de desempregados ultrapassa os 710 mil.

Comunicado de Imprensa n.º 040/12

 

COM ESTAS POLÍTICAS O DESEMPREGO NÃO DIMINUI

O desemprego está a aumentar e cada vez com maior ritmo. No final de Março de 2012 permaneciam inscritos nos centros de emprego 661,4 mil desempregados, um aumento de mais de 109 mil desempregados em apenas um ano (+19,8% que no mês homólogo e mais 2,1% que no mês anterior).

Na realidade o desemprego é mais alto. Se se juntarem os 48,7 mil desempregados ocupados em medidas de activas de emprego e formação profissional, o número de desempregados ultrapassa os 710 mil. Nos últimos meses o Governo intensificou o recurso a estas medidas, tendo o número de abrangidos crescido 57% deste Outubro do ano passado [1]. Há ainda muitos milhares de desempregados que não são contabilizados porque deixaram de recorrer aos centros de emprego ou então emigraram.

Foi o desemprego dos jovens e dos homens que mais aumentou neste último ano em termos percentuais, respectivamente, mais 25,4% (+16,7 mil) e mais 25,3% (+65,3 mil). No entanto também os adultos (com mais 19,1%) e as mulheres (com mais 15%) viram o seu desemprego aumentar.

Os restantes indicadores são também preocupantes. O desemprego aumentou em todas as regiões, em todos os sectores de actividade e em todos os níveis de habilitação.

Com estas políticas o desemprego não diminui. Pelo contrário, de mês para mês assiste-se ao seu contínuo aumento. A economia não está a crescer, estando a agravar-se a destruição do sector produtivo devido às políticas desastrosas que foram postas em prática nos últimos anos e que foram agravadas pelo actual governo. A produção industrial tem tido quebras sucessivas face ao ano passado. Só em Fevereiro diminuiu 6,8% em relação ao mês homólogo, segundo o Eurostat.

Sentem-se também cada vez mais os efeitos da perda de compra dos salários e das prestações sociais. A quebra no comércio a retalho foi de 9,6% em Fevereiro relativamente ao mesmo mês de 2011, mantendo uma tendência que vem pelo menos desde Setembro.

Em consequência, tem havido uma quebra nas ofertas de emprego. Tendo em conta apenas a pequena parte que chega ao IEFP, regista-se uma diminuição de 14,3% do número de ofertas entradas em termos homólogos e de menos 25,2% no número de colocações.

O que Portugal precisa é de política de desenvolvimento que coloque o pleno emprego e a reindustrialização entre os seus principais objectivos, que defenda a soberania nacional e assegure os direitos sociais. Uma política que dinamize a economia e dê resposta aos problemas dos trabalhadores e das empresas; que abandone o processo de privatizações e desenvolva acções que permitam ao Estado o controle dos sectores estratégicos para a economia portuguesa; que ponha termo à desvalorização e ao retrocesso social, defendendo e reforçando as funções sociais do Estado na educação, saúde e segurança Social; que combata a fraude e a evasão fiscal e contributiva.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 13.04.2012

 

[1] Mês comparável, uma vez que anteriormente a categoria de ocupados apenas abrangia o trabalho socialmente necessário.