Comunicado à Imprensa n.º 022/07
Agravamento do desemprego dá razão à Greve Geral
A evolução do mercado de emprego no 1º trimestre de 2007 fica novamente marcada pelo aumento do desemprego. É o segundo trimestre consecutivo em que se verifica um crescimento do desemprego em termos homólogos e o segundo em que a taxa desemprego é superior à verificada em termos médios na União Europeia a 27.
A taxa de desemprego subiu 0,7 pontos percentuais no último ano e 0,2 pontos percentuais em termos trimestrais, sendo agora de 8,4%. A situação é particularmente grave entre os jovens, com uma taxa de desemprego de 18,1%. As mulheres são também particularmente atingidas, com uma taxa de 9,9%.
Há mais 40 mil desempregados do que no 1º trimestre de 2006, atingindo o desemprego oficial 469,9 mil pessoas, o que corresponde a um agravamento de 9,4%. O desemprego cresceu mais entre as mulheres (mais 10%), entre os jovens da faixa etária 25-34 anos (15,1%), entre os diplomados com ensino superior (mais 32,2%, atingindo já 55,9 milhares). A taxa de desemprego mais elevada verifica-se no Norte (9,5%), tendo havido aumentos em todas as regiões, excepto no Alentejo. O desemprego de longa duração continua elevado, com um peso de 49,2% no total dos desempregados.
Apenas os serviços e a construção criaram emprego (mais 0,1% e 1,6%, respectivamente, em termos homólogos), o que se traduziu num aumento negligenciável do emprego global (0,2%). A taxa de emprego (15-64 anos) teve também uma diminuição face ao trimestre homólogo e ao trimestre anterior, situando-se agora nos 67,4%.
A precariedade aumentou 12,6% neste período, atingindo mais de 835 mil trabalhadores e elevando a percentagem de contratos não permanentes para os 21,5%. Os trabalhadores com emprego estável (contrato sem termo) reduziram-se em 2,4%, ao mesmo que houve uma quebra no emprego a tempo inteiro e um aumento de 9,2% do emprego a tempo parcial.
Estes dados contrastam com o aumento do crescimento económico divulgado esta semana pelo INE que, além de não ser suficiente para aumentar o emprego e estancar o desemprego, é inferior ao observado na UE27 (2,1% face a 3,2%).
E contradizem os dados do IEFP referentes aos desempregados inscritos nos centros de emprego em Abril (bem como dos meses anteriores) que apontam para uma diminuição do desemprego registado em 10,4%.
Os dados agora divulgados reforçam as razões que levaram a CGTP-IN a marcar a Greve Geral de 30 de Maio e justificam a exigência de uma mudança de rumo nas políticas que têm vindo a ser seguidas.
Lisboa, 17 de Maio de 2007