Segundo os dados recentes do INE, a taxa de desemprego em Portugal recuou no 2º trimestre. Como a CGTP-IN já demonstrou, estes valores não traduzem a realidade do desemprego em Portugal. Além dos 729 mil desempregados considerados pelo INE, dos quais mais de 308 mil são jovens dos 15 aos 34 anos, existem ainda mais 257 mil inactivos disponíveis que não procuram emprego (desencorajados), que nos jovens atingem cerca de 94 mil e 252 mil subempregados, que trabalham menos tempo do que desejariam, dos quais mais 84 mil são jovens. A estes há que juntar mais 28 mil, dos quais cerca de 14 mil são jovens, inactivos à procura de emprego, mas não imediatamente disponíveis para trabalhar.
Mais de 490 mil desempregados estão no desemprego de longa duração, cerca de 173 mil dos quais são jovens, isto num cenário em que menos de 10% têm acesso à protecção no desemprego.
A taxa real de desemprego e subemprego nos jovens dos 15 aos 34 anos é pois de 31,3%. Dos 15 aos 24 anos a taxa ronda 52,2% e nos 25 aos 34 anos é de 23,6%.
Desde o 2º trimestre de 2013, 67 milhares de portugueses em idade activa saíram do país em busca de melhores condições de vida.
O Governo, na sua tentativa de esconder a realidade do país, lança a ideia da descida do desemprego e volta a mentir. Propagandeia como soluções as medidas activas de emprego, que servem para subsidiar as empresas e criar trabalho precário e mal pago. Ou como o caso dos Contratos Emprego Inserção na Administração Pública e dos Estágios no sector privado, que estão a substituir postos de trabalho permanentes e o valor pago não corresponde ao salário devido.
Como consequência da política de direita, com as sucessivas alterações ao Código do Trabalho e sendo o próprio governo a potenciar a precariedade e a permitir o uso abusivo dos vínculos precários no sector privado, são mais de 403 mil os jovens trabalhadores que estão com vinculo precário (132 mil dos 15 aos 24 anos e 271 mil entre os 25 e os 34 anos).
Torna-se cada vez mais imperioso a exigência da demissão deste governo e o fim desta política. É urgente reforçar a luta por melhores condições laborais.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 7.08.2014