Sobre as recentes declaracoes do 1 MinistroÉ urgente responder aos problemas do País.

É urgente aumentar de forma significativa os salários e as pensões!

 

As recentes declarações do 1º Ministro passam ao lado da situação dos trabalhadores e do País e não dão respostas concretas aos graves problemas que afectam quem quer cá viver e trabalhar.

O que valoriza o trabalho e os trabalhadores, são salários dignos e respeito pelas carreiras e profissões, e não a substituição de aumentos salariais por um insuficiente abaixamento de impostos e que há boleia abre caminho para a acumulação de mais lucros pelos mesmo do costume, aprofundando desigualdades.

O que fará com que os jovens queiram viver e trabalhar em Portugal são salários dignos, vínculos de trabalho estáveis, habitação acessível, que lhes permitam perspectivar o seu futuro. Não é a redução de impostos que faz com que os jovens optem por ficar no País.

O que garantirá condições e qualidade de vida aos reformados e pensionistas, é o aumento significativo das pensões e reformas para responder às necessidades. Para lá de medidas pontuais que não deixarão de ser aproveitadas por quem delas necessita, o anunciado “suplemento extraordinário” em Outubro (apenas) não pode servir de pretexto a um aumento das reformas aquém do necessário e possível.

O que responde aos problemas dos serviços públicos, e particularmente à grave situação dos Serviço Nacional de Saúde, é a sua capacitação e reforço, valorizando desde logo os trabalhadores que os asseguram, e não medidas pontuais ou cujos efeitos estão a largos anos de distância. É urgente a contratação de médicos, enfermeiros e outros profissionais, o aumento significativo dos salários e a valorização das respectivas carreiras.

Os “constrangimentos” de que falava o Sr. 1º Ministro, “que fazem com que muita gente viva na pobreza, sem dinheiro para o essencial, muitas vezes alimentação”, são os baixos salários e as baixas pensões.

Em Portugal, 62% dos trabalhadores por conta de outrem têm um salário bruto até 1000€. No final do ano passado, estima-se que 745 mil trabalhadores recebiam o Salário Mínimo Nacional, cujo valor líquido é, actualmente, de 729,80€. Um em cada dez trabalhadores encontra-se numa situação de pobreza (dados e conceito de pobreza do INE).

O brutal aumento do custo de vida, que afecta de forma mais significativa os que menos podem e menos têm, não permite que os salários e as pensões cheguem até ao fim do mês. Os esmagadores custos com a habitação, as subidas escandalosas dos preços dos bens essenciais, nomeadamente da alimentação, significam uma imensa perda do poder de compra para quem vive do seu trabalho.

Ao mesmo tempo, alguns dos maiores grupos económicos no nosso País, entre eles os cinco maiores bancos, nos primeiros seis meses de 2024, tiveram resultados de 32,5 milhões de euros por dia.

Esta é a situação de um País cuja política de direita levada a cabo por sucessivos governos permite e alimenta uma profunda desigualdade, onde quem produz a riqueza – os trabalhadores – vê o resultado do seu trabalho apropriado pelo capital.

Há dinheiro. É preciso uma outra distribuição da riqueza. É preciso uma outra política para mudar de rumo e que afirme ABRIL por um Portugal com futuro.