Primeiro foram os encerramentos de maternidades. Depois vieram os problemas de funcionamento das urgências de ginecologia/obstetrícia, dos blocos de partos e de pediatria, fruto do desinvestimento continuado de sucessivos governos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da falta de valorização dos seus profissionais. Tudo isto se tem traduzido em retrocessos graves nos direitos das grávidas e das crianças, num País que se confronta com uma continuada baixa natalidade.
Depois de um período de Verão, em que 40 grávidas tiveram os partos em ambulâncias, só faltava agora este “projecto-piloto” de pré-triagem telefónica obrigatória das mulheres grávidas, que vem acrescentar constrangimentos e bloqueios aos problemas que já existiam, colocando em risco a saúde materno-infantil.
O Governo teima em não resolver o problema de fundo que é a gritante falta de profissionais de saúde, a reiterada ausência de valorização profissional e o desinvestimento prolongado no SNS.
É isso que se exige há muito.
Esta medida justifica uma indignação generalizada dos profissionais de saúde e uma veemente rejeição das mulheres, em especial das grávidas, que não precisam de acrescentar mais ansiedade à insegurança que já vivem.
A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN junta a sua voz aos que se indignam e rejeitam este “projecto-piloto” que deve voltar para a gaveta de onde não deveria ter saído.