A FECTRANS convidou todas as estruturas de trabalhadores – Sindicatos e Comissões de Trabalhadores – para um debate sobre a actual situação na ferrovia e a resposta dos trabalhadores, a realizar dia 1 de Agosto, pelas 10,30h, na Alameda D. Afonso Henriques, nº 41 – r/c, em Lisboa,O actual momento de uma profunda degradação no sistema ferroviário é o resultado de políticas erradas ao longo de muitos anos, que conduziu à divisão da CP em diversas empresas, cada uma mais concentrada nos resultados que na lógica de serviço público e ao desinvestimento feito no quadro do governo anterior, com o obejectivo da privatização total do sector.
A situação é de tal ordem que, ao mesmo tempo que todo o sistema ferroviário se degrada, as administrações publicitam melhoria dos resultados, se não mesmo resultados positivos de muitos milhões, caso da EMEF e IP.
É preciso responder aos problemas de agora, que decorrem da anormal imobilização de material circulante por incapacidade de resposta da EMEF que foi objecto de um processo drástico de redução de efectivos, sem passagem do conhecimento numa actividade em que a especialização depende também, e muito, dos anos de serviço e submetida a um conjunto de constrangimentos que lhe reduzem a capacidade de resposta de aquisição de peças e materiais necessários, em tempo útil.
Esta empresa, há dois anos que aguarda a autorização para admissão de 80 trabalhadores e, quando já havia falta, ainda despediu mais 10 das oficinas de Santa Apolónia que ainda aguardam o seu regresso no âmbito do PREVPAP, porque os ministros levam tempo a homologar os processos.
Por outro lado, não foi acautelada a saída para a reforma, de mais 100 trabalhadores durante o ano e, com isso a capacidade de resposta ainda diminui mais.
Desde que haja vontade política, há soluções, basta dotar a EMEF com os dos meios necessários. Esta é a única empresa em Portugal com capacidade e conhecimento para reparar o material circulante e se o material imobilizado for posto a circular, aumenta a capacidade a oferta da CP.
Esta medidas já tardam porque, mesmoque houvesse agora a implementação das medidas necessárias, levaria ainda alguns meses para que a EMEF tivesse toda a capacidade de resposta, porque é preciso a aquisição de conhecimentos pelos trabalhadores que têm que ingressar na empresa e a aquisição de materiais, com os actuais constrangimento leva também tempo, mas nada fazer significa que também este governo do PS quer contribuir para a destruição da CP e da ferrovia em Portugal.
É na aposta e no reforço imediato da EMEF e no aproveitamento de todas as suas oficinas, que está a solução para os problemas da imobilização do material circulante da CP e não na sua divisão por mais empresas, como anda a ser preparado nos bastidores.
Não é com anúncios de aquisição de matéria circulante, que já tarda e que é necessário, mas que têm um efeito prático daqui a 4 ou 5 anos, que se resolvem os problemas de agora, pelo que está na mão do governo assumir as medidas necessárias que se impõem na defesa dos interesses utentes de todo o País e na defesa do serviço público.