Concerto de Tito ParisDecorre hoje a “Noite Branca Lisboa’18”, um evento com as lojas abertas até as 23h00, organizado pela União de Associações do Comércio e Serviços da Região de Lisboa e Vale do Tejo (UACS), a mesma organização patronal que está a bloquear a negociação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) desde 2008.

Desde o início deste ano, quando começou o novo processo negocial, a UACS exige como contrapartida aos aumentos salariais a alteração do horário nocturno das 20h para as 21h.

Isto é, em troca de um mísero aumento na tabela salarial onde mais de metade das categorias profissionais está “comida” pelo salário mínimo nacional, a UACS quer deixar de pagar uma hora no trabalho nocturno.

Ao longo destes anos, os trabalhadores do comércio retalhista do distrito de Lisboa já foram demasiado sacrificados com o bloqueio à negociação do CCT, o custo de vida (sem contar com a habitação) subiu mais de 10% e os salários permanecem estagnados.

Estes trabalhadores, tenham sido admitidos agora ou há 6, 10, 20 anos, recebem 580€ que é o salário mínimo nacional! E resta saber se as empresas do comércio retalhista que aderiram à “noite branca” vão cumprir o CCT e pagar as horas extraordinárias aos trabalhadores que vão ficar a trabalhar até às 23 horas.

O CESP e os trabalhadores vão continuar a luta pela negociação do contrato colectivo de trabalho, por aumentos salariais que garantam a recuperação do poder de compra e a valorização das carreiras profissionais e a denunciar publicamente a postura da UACS de querer, em troca de um mísero aumento salarial, reduzir a retribuição total e retirar direitos aos trabalhadores.

FONTE: CESP