Na Resolução do Encontro Nacional sobre Acção Reivindicativa, que reuniu no Centro do País representantes dos trabalhadores dos sectores de actividade abrangidos pelos sindicatos da Fiequimetal, foi afirmada a determinação de conquistar melhores salários em 2019.
A mensagem forte deste encontro, realizado em Tentúgal no dia 21 de Setembro, será transmitida hoje aos dirigentes e activistas de todo o País e dos diferentes sectores, durante o grande encontro nacional que a CGTP-IN leva a cabo no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Avançar com unidade e luta
A Resolução, intitulada «Avançar nos direitos, valorizar o trabalho e os trabalhadores», coloca como objectivo geral, para o próximo ano, promover e dinamizar a acção reivindicativa.
A acção sindical vai centrar-se na apresentação de cadernos reivindicativos nas empresas, em articulação com a negociação da contratação colectiva. Com o empenho e a mobilização dos trabalhadores, as reivindicações vão contemplar as seguintes matérias, desenvolvidas na Resolução:
Aumento real dos salários;Eliminação das discriminações e valorização dos direitos dos trabalhadores;Contratos efectivos para todos os trabalhadores com vínculo precário;Combate ao agravamento e à desregulação dos horários de trabalho e luta pela sua redução para 35 horas semanais;Reposição do pagamento do trabalho extraordinário;Efectivação da formação profissional para todos os trabalhadores;Melhoria das condições de trabalho.
Uma visão estratégica
As grandes empresas destes sectores de actividade mantêm a sua trajectória de aumento dos lucros e concentração de capital, enquanto os salários dos trabalhadores têm crescido de forma tímida.
Não obstante tal realidade, é necessário e urgente superar problemas estruturais, designadamente o da dívida pública, mas também a ausência de investimento na indústria. Deve-se vencer a dependência do País face ao exterior, que tem entre as suas consequências, por exemplo, a degradação do material circulante no sector ferroviário.
O País necessita de uma indústria forte e ambientalmente sustentável, que permita diminuir as desigualdades na distribuição do rendimento, criando emprego estável.
Os sectores da indústria devem ser encarados pelo Governo do PS como estratégicos, permitindo gerar valor acrescentado, criar mais e melhor emprego, fixar os jovens e contribuir para aumentar a produtividade. Neste quadro, a valorização do trabalho e dos trabalhadores assume uma importância estratégica.
Não é essa a visão e muito menos a opção política do Governo do PS, que recentemente celebrou, no âmbito da Concertação Social, um acordo com o patronato que teve reflexo na Assembleia da República, num diploma em fase de apreciação na especialidade.
Tal acordo é revelador de que o Governo do PS, em matérias que afectam os trabalhadores, não hesita em cair para o lado do capital.
Não podemos ignorar que a actual correlação de forças na Assembleia da República tem aberto espaço para melhorias na criação de emprego, dinamização da procura interna, melhoria da balança comercial, mas temos de continuar a lutar nos locais de trabalho para a obtenção de tais resultados - refere-se na Resolução.