Os trabalhadores da Saúde irão entrar em greve às 00.00 horas desta sexta-feira, pelo período de vinte e quatro horas, para exigir aumentos de salários, carreiras dignas, respeito pela contratação colectiva e admissão de novos efectivos.
Uma grande parte dos trabalhadores da Saúde, continua a ganhar o salário mínimo na Administração Pública, o que não é aceitável dada a complexidade e exigência das tarefas que desempenham, ou seja, 635,00 euros. A diferença relativa entre os salários das diferentes carreiras, dada a ausência de aumentos gerais de salários, esbate-se a cada dia, o que significa, na prática, a desvalorização de todas as Carreiras. Há uma década que não se registam aumentos salariais.
Por outro lado, a criação da Carreira de Técnico Auxiliar de Saúde, cuja necessidade é defendida por todos, continua na gaveta dos Ministérios da Saúde e das Finanças, deixando muitos milhares de trabalhadores entregues à Carreira Geral de Assistente Operacional.
Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, cuja carreira foi recentemente revista de uma forma perfeitamente inaceitável, já que deixou estes trabalhadores com a pior progressão salarial de entre os licenciados da Administração Pública. A transição para a nova carreira foi injusta por não valorizar o tempo de Serviço já prestado. Os TSDT só vêem reconhecida, do ponto de vista salarial, a sua licenciatura, quando há largo tempo a detêm.
Quanto aos técnicos superiores de saúde, a respectiva carreira continua por rever. Encontra-se espartilhada por decisão do anterior governo, com a aceitação tácita do actual. A estagnação salarial e a actualização de competências continua por decidir. A isto acresce a ausência de rejuvenescimento de efectivos.
Por assinar, continuam os Acordos Colectivos de Trabalho para as Carreiras de Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica, Farmacêuticos e todas as Carreiras não revistas.
Apesar da insistência da Federação na concretização destes Acordos, o Ministério continua a protelar um entendimento, numa inaceitável postura de empurrar o problema com a barriga, deixando milhares de trabalhadores CIT em situação pior do que os colegas com quem trabalham diariamente. Muitos são os casos identificados de incumprimento do ACT para os Hospitais EPE (para os trabalhadores das Carreiras Gerais). A aplicação das 35 horas, um fim de semana de descanso de 4 em 4 semanas, a reclassificação profissional, entre outros direitos conquistados, continuam a ser recusados aos trabalhadores, num claro e inaceitável desrespeito pelo Acordo assinado.