O STAL responsabiliza o Governo pela «forma descuidada e descoordenada como foram tratadas as questões relacionadas com a segurança dos trabalhadores de primeira linha, como é o caso dos bombeiros das Associações Humanitárias, na resposta a esta catástrofe».
Nota à Imprensa do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins
FALTA DE EQUIPAMENTOS AMEAÇA PESSOAL DAS ASSOCIAÇÕES DE BOMBEIROS
Face à descoordenação e negligência da parte da administração central em assegurar meios de protecção aos trabalhadores de primeira linha, como é caso dos Bombeiros das Associações Humanitárias, o STAL enviou um ofício ao governo em que apela à tomada de medidas excepcionais.
Na missiva, enviada ontem, dia 6, o STAL considera «prioritária a protecção da saúde» dos trabalhadores que garantem e garantirão o funcionamento dos serviços de prestação de socorro no País, nomeadamente, os trabalhadores das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários.
O documento, dirigido à secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, responsabiliza o governo pela «forma descuidada e descoordenada como foram tratadas as questões relacionadas com a segurança dos trabalhadores de primeira linha, como é o caso dos bombeiros das Associações Humanitárias, na resposta a esta catástrofe».
Em particular, o Sindicato refere a inexistência de um plano distribuição de equipamentos de protecção individual, notando que só a 27 de Março as corporações de bombeiros foram notificadas para enviarem com urgência, no próprio dia, o levantamento das necessidades destes materiais.
A inacção da Administração Central neste domínio tem sido parcialmente colmatada pelas câmaras municipais, algumas empresas e pelas próprias corporações de bombeiros.
Só agora, depois de insistentes denúncias, as entidades responsáveis informaram as corporações de que começarão a receber algum material a «conta-gotas», ou seja, em quantidades insuficientes para salvaguardar no imediato a saúde destes trabalhadores.
O STAL sublinha que, perante o advento da epidemia, o governo deveria ter providenciado à criação de «uma reserva nacional, gerida por uma única entidade, designadamente a Proteção Civil», para garantir em tempo útil a protecção destes trabalhadores de primeira linha, evitando que se tornem também focos de transmissão do vírus.
Porém, apesar de inúmeros reparos e chamadas de atenção, as medidas orientadoras para os trabalhadores bombeiros ao nível das práticas de redução de contaminação foram divulgadas tardiamente (a 20 de Março), só tendo chegado a muitas associações dias depois.
Recorde-se que se registam vários casos de bombeiros infectados, designadamente em Braga ou em Cascais, onde a respectiva corporação teve de ser encerrada.
No sentido de mitigar consequências mais gravosas, o STAL apela à secretária de Estado – que enquanto responsável da Proteção Civil é também responsável pela saúde e segurança dos trabalhadores deste sector – que adopte com urgência medidas excepcionais, com vista a munir todas as associações humanitárias de bombeiros voluntários com os equipamentos necessários à proteção destes trabalhadores e daqueles a quem prestam serviço.
FONTE: STAL