Com aumentos superiores para os salários mais baixos, passando para 950 euros a remuneração no momento de admissão, o acordo salarial alcançado no Grupo REN veio provar que é possível valorizar salários e vencer as intenções patronais manifestadas à partida.
Num comunicado aos trabalhadores das empresas do Grupo REN, sobre o resultado das negociações, a Fiequimetal destaca que foi possível, com o acordo alcançado no dia 23, aumentar o salário de admissão para 950 euros, o que constitui um estímulo ao crescimento, no médio prazo, dos restantes salários.
O acordo prevê ainda uma valorização dos salários mais baixos, contribuindo, tal como o salário de admissão, para a valorização de todos os salários.
Os trabalhadores da faixa A do nível 5 (Técnicos Operacionais ou Administrativos III), com salários até 1235 euros, passam a ter, com efeitos a partir de Maio, um aumento extraordinário de 6 por cento, permitindo assim melhorar os salários mais baixos e reduzir o leque salarial.
Também com efeitos a Maio, os trabalhadores enquadrados na carreira de Quadro Superior IV, que tenham mais de um ano de empresa e cuja remuneração-base esteja actualmente abaixo dos 1500 euros, passarão a auferir este valor.
Mesmo reconhecendo que não ficará nenhum trabalhador a receber abaixo de mil euros, a administração da REN tinha condições para ir mais longe e poderia, como a Fiequimetal defendeu, acompanhar os valores acordados para a EDP no final de Maio.
Este acordo na REN, mesmo não sendo o desejável, só foi conseguido porque os trabalhadores mostraram à administração que existia descontentamento e vontade de alterar as coisas. Isto prova mais uma vez, a exemplo do que aconteceu na REN Atlântico no ano passado, que a organização dos trabalhadores e a sua disponibilidade para a luta são importantes na conquista de direitos.
A Fiequimetal entende que este acordo cria condições para iniciar um caminho de mais resultados, mas apenas a unidade e a luta dos trabalhadores o permitirão alcançar.