As trabalhadoras do refeitório da GNR da Pontinha, em Lisboa, particularmente as cozinheiras, estão sujeitas a ritmos de trabalho intensivos e pressão psicológica, num ambiente com más condições de trabalho. O Sindicato de Hotelaria do Sul denuncia que as trabalhadoras “estão com depressões, dificuldades físicas e desgaste psicológico levando a desmaiarem, a caírem, magoarem-se e posteriormente entrarem de baixa médica”.
Nota à Comunicação Social do Sindicato de Hotelaria do Sul:
Empresa UNISELF do Refeitório da GNR destrói a saúde às trabalhadoras
A empresa concessionária UNISELF presta o serviço de refeições no refeitório da GNR da Pontinha, em Lisboa está a destruir a saúde das trabalhadoras ao seu serviço.
Desde o início do mês de julho, devido aos ritmos de trabalho intensivos, à pressão psicológica exercida pelas chefias superiores e às más condições de trabalho existentes que as trabalhadoras, particularmente cozinheiras, estão com depressões, dificuldades físicas e desgaste psicológico levando a desmaiarem, a caírem, magoarem-se e posteriormente entrarem de baixa médica.
Este refeitório da UNISELF situado no quartel da GNR da Pontinha tem adstrito 2 trabalhadoras permanentes, uma cozinheira e uma empregada refeitório a tempo parcial, constantemente substituídas por outras trabalhadoras, que estão de baixa, com limitações e trabalho melhorados.
Este refeitório realiza em média 250 refeições, entre fornecimento internos e externos, sem contar com pequeno almoços ou lanches; existem ritmos de trabalho intensos em períodos específicos, como a obrigatoriedade de deixar pronto, impreterivelmente, até às 10h cerca de 210 refeições (almoços) e até às 15:30h cerca de 140 refeições (jantares); acumula ainda a variedade e diversidade de pratos colocados à disposição, entre pratos de carne, peixe, especial, vegetarianos, entre outros;
Ainda hoje, devido ao trabalho intenso, uma trabalhadora em substituição laborar há 5 dias no refeitório, com dificuldades físicas na coluna, não podendo deixar de trabalhar devido aos baixos salários, caiu na cozinha, magoou-se no local de trabalho, solicitou a declaração para ir ao seguro do trabalho e a responsável/inspetora recusou, transmitindo que devia ir ao hospital e que teria o dia descontado.
Este tipo de atitude tem penalizações, quem, em caso de grave necessidade, nomeadamente provocada por desastre, acidente, calamidade pública ou situação de perigo comum, que ponha em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de outra pessoa, deixar de lhe prestar o auxílio necessário ao afastamento do perigo, seja por acção pessoal, seja promovendo o socorro.
Relembramos que a UNISELF, com cerca de 4000 trabalhadores a nível nacional, decidiu recentemente colocar, unilateralmente, trabalhadoras em lay-off, tendo recebido verbas avultadas da Segurança Social.
Trata-se uma violência e de uma pressão enorme sobre estas trabalhadoras pois já recorreram a todos os meios que fosse possível e da parte da UNISELF, aproveitando-se desta situação epidémica para efectivar uma posição do quero, posso e mando.