Apesar do quadro de confinamento que a sociedade portuguesa viverá a partir de sexta-feira, 15 de janeiro, as escolas manter-se-ão abertas.
Falta saber se a decisão do governo se resume à decisão política ou assenta em fundamentos científicos. Por parte da comunidade científica parece não haver consenso, mas a isso não será alheio o facto de, ao longo do 1.º período, a situação real vivida nas escolas ter sido encoberta pelo Ministério da Educação. Não foi elaborado um mapeamento de casos e a situação foi sempre desvalorizada pelos governantes, apesar de a FENPROF ter confirmado, entre setembro e dezembro, a existência de, pelo menos, 1077 escolas em que foram identificados casos de Covid-19; também não se realizaram rastreios, como se exigia, mesmo quando surgiam casos de infeção e se justificava, no mínimo, testar os contactos próximos.
Face à decisão política do Governo, a FENPROF considera indispensável que:
- Nos casos em que se mantém o regime presencial, deverá garantir-se:
Seja imediatamente implementado pelo governo o programa recomendado pela Assembleia da República, destinado à realização de testes gratuitos à comunidade escolar; Sejam realizados testes a todos os contactos próximos dos casos positivos confirmados (turma e docentes);Os docentes devem, de imediato, integrar a segunda fase de vacinação contra a Covid-19;Haja uma significativa melhoria das condições de segurança sanitária, designadamente ao nível do distanciamento físico e através do reforço de recursos humanos necessários à garantia de limpeza profunda dos espaços entre cada utilização; Sejam afetados os recursos necessários, com vista a reduzir o número de alunos nas salas, garantindo, assim, ser seguro que a abertura de janelas tenha lugar, apenas, durante os intervalos, pelo menos neste período marcado por intenso frio; Sejam alteradas as condições de proteção aos docentes de grupos de risco, garantindo a sua proteção efetiva, como o pagamento do salário ou permitindo que desenvolvam atividade em regime de teletrabalho.